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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Eliane mostra que tem como ser esposa, mãe e bem sucedida profissionalmente

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06/03/2018 14h44

Dia da Mulher: Eliane mostra que tem como ser esposa, mãe e bem sucedida profissionalmente

Eliane Guimarães Rodrigues é sargento do Corpo de Bombeiros e mostra que, apesar de difícil, não é impossível seguir uma carreira depois de ter filhos.

Fonte: Redação

Amambai (MS)- Na próxima quinta-feira (8) é comemorado internacionalmente o Dia da Mulher, data em que se lembra e se ressalta a força presente em cada mulher.

Seja ela mãe, filha, irmã, tia, esposa, a mulher é forte, dona de um tato e sensibilidade que são só dela e infinitamente capaz de realizar tudo que se propõe e, inclusive, galgar espaço onde a maioria é absolutamente masculina, como é o caso de Eliane Guimarães Rodrigues.

Ela é filha, esposa, mãe e sargento do 16º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros (16ºSGB) em Amambai. Formada sargento em agosto de 2017 em uma turma com 62 homens e apenas seis mulheres, Eliane, além de ser casada, é mãe de três filhos – de sete, quatro, e um ano e 10 meses. O caçula tinha apenas seis meses de vida quando a mãe precisou se mudar sozinha para Campo Grande a fim de realizar o Curso de Formação de Sargentos (CFS).

Foram seis meses residindo a quase 400 quilômetros longe de esposo e filhos, suportando a pressão de ter aulas de mais de 17 disciplinas com treinamentos práticos que exigiam muito tanto do físico quanto do psicológico. “Foram meses muito difíceis para mim, porque esses cursos nos deixam extremamente exaustos tanto fisicamente, quanto psicologicamente e também emocionalmente”, afirmou Eliane.

Para ajudar a suportar a pressão de viver longe de casa e dos filhos, pressão que chega ser ainda maior do que a do próprio curso, Eliane precisou contar com a ajuda de antidepressivos. “Por várias vezes eu me peguei pensando se valeria a pena o que eu estava fazendo, se valeria a pena ficar tão longe dos meus filhos…hoje eu vejo que valeu sim, eu me tornei ainda mais forte por eles”, afirmou a sargento.

O machismo em Amambai

Bombeira há 13 anos, Eliane já serviu nas corporações de Campo Grande, Ponta Porã, mas foi em Amambai que ela e o esposo, também bombeiro e comandante do 16º SGB em Amambai, Romiran de Oliveira, se identificaram.

Apesar de todo esse amor pela Cidade Crepúsculo e a vontade de, segundo ela, “viver aqui pra sempre”, Eliane afirma que se sente incomodada com o pertinente machismo que existe na sociedade, em especial entre as próprias mulheres.

“Eu realmente fico muito incomodada quando ouço mulheres dizendo “Nossa, seu marido troca fralda; nossa, seu marido dá banho nas crianças”, como se ele estivesse me fazendo um favor, como se isso me tornasse indigna do esposo que eu tenho”, disse Eliane. E completou: “Infelizmente vemos em Amambai mulheres que carregam a família toda nas costas, sozinha”.

A dificuldade de ter que se autoafirmar todos os dias

Integrante da primeira turma de soldados femininos do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, em 2004, Eliane afirma que a principal dificuldade de uma mulher bombeira é a necessidade da autoafirmação diária.

“Desde o curso de formação de soldados que eu fiz lá em 2004 é a mesma coisa: nós mulheres que escolhemos ser bombeiras temos de estar o tempo todo mostrando que somos boas, que temos condições, que temos intelecto, que somos suficientes e, principalmente, que somos tão bombeiras quanto eles e ainda suportar as piadinhas pelos corredores”, disse a sargento.

Segundo Eliane, uma das coisas que se ouve pelos corredores é que a carreira militar não é para a mulher e ela diz concordar, em parte. “Realmente, o mundo militar é um pouco mais difícil para a mulher, é um mundo muito cruel, a gente passa por muitas dificuldades, inclusive dificuldades físicas, a gente acaba se fragilizando muito mais, em contrapartida, o mundo militar é para a mulher sim! Porque existem várias situações em que só mulheres, com todo seu tato e sensibilidade, podem lidar de melhor maneira; o homem é mais bruto, racional e direto, a mulher tem toda uma sensibilidade que auxilia muito em determinadas situações”, ponderou.

Mas para a bombeira, superar tudo isso valeu a pena. “Mesmo com todas as dificuldades que a gente passa, isso nos torna mais fortes e seguras de si e depois que termina, em especial o curso de formação, a gente sente que pode fazer muito mais do que imaginávamos, por isso me sinto bem realizada, mas sei que só consegui, porque me fortaleci em Deus”, finalizou.

Eliane se formou Sargento BM em agosto de 2017 / Foto: Arquivo Pessoal

Eliane ao lado do esposo, Romiran de Oliveira e dos filhos, Maria Vitória, Ana Luiza e João Matheus / Foto: Arquivo Pessoal

Eliane ao lado dos filhos no dia de sua formatura de Sargento BM / Foto: Arquivo Pessoal

Eliane tem 34 anos e é bombeira há 13 / Foto: Arquivo Pessoal

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