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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Controle das doenças da videira na fase de pré-colheita

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18/01/2017 16h40

Lucas da Ressurreição Garrido, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho

Controle das doenças da videira na fase de pré-colheita – O que o viticultor necessita fazer para reduzir perdas?

Fonte: Embrapa

No último boletim publicado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em dezembro de 2016, a análise detalhada do modelo estatístico (CPPMet/UFPel) indicou, para o mês de janeiro, precipitações dentro do padrão climatológico na maior parte do estado do Rio Grande do Sul. Já para os meses de fevereiro e março, uma tendência é de chuvas abaixo do padrão, especialmente durante fevereiro.

Para a agricultura, uma das variáveis meteorológicas que mais influencia o desenvolvimento de doenças é o volume de precipitação e, no caso da videira, como em outras espécies de plantas, ela é extremamente importante neste período que antecede a colheita da uva. A frequência de chuvas, a alta umidade relativa, o molhamento foliar constante, o orvalho e a cerração tornam o ambiente extremamente favorável para o crescimento dos fungos sobre a superfície dos tecidos vegetais, dando prosseguimento à infecção, colonização e esporulação, quando eles podem se disseminar. As principais doenças que têm ocorrido nos vinhedos da Serra Gaúcha nessa época são o míldio (mufa) e as podridões do cacho.

Neste momento decisivo da safra, o controle do míldio vem sendo realizado com a utilização de produtos à base de cobre, entre eles a calda bordalesa, que possibilita uma proteção de aproximadamente 15 dias, devido à presença da cal, que age como um fixador do cobre sobre os tecidos, reduzindo a lavagem. Já as formulações de hidróxido de cobre ou oxicloreto de cobre, por causa de sua formulação diferente, devem ser reaplicadas a cada 7 dias ou após chuvas acima de 20 mm, a fim de não deixar os tecidos desprotegidos.

As podridões do cacho da videira, por outro lado, devem ser manejadas visando reduzir tanto o inóculo presente no parreiral como também garantir a proteção dos tecidos das bagas. Assim, o produtor deve percorrer diariamente o vinhedo e retirar as bagas ou pedaços de cacho que estejam com alguma podridão, recolhendo-os para posterior destruição. Esta medida visa reduzir a disseminação da doença para outras bagas ou cachos presentes na área. Também é recomendada a pulverização dos cachos com fungicidas sistêmicos (piraclostrobina + metiram, tebuconazole, tetraconazole, boscalida + cresoxim metílico, pirimetanil, procimidone, azoxistrobina, Bacillus subtilis, entre outros) antes do fechamento do cacho, uma segunda aplicação pode ser feita, observando e respeitando o período de carência do produto utilizado. É importante pulverizar o cacho completamente, para que fique “revestido” com o produto utilizado, uma vez que falhas na cobertura possibilitam o desenvolvimento de podridões.

O agricultor também deve se lembrar dos cuidados na hora da aplicação para a maior eficiência dos tratamentos: evitar os horários muito quentes ou com vento, além de direcionar os bicos adequadamente, seja para as folhas ou para os cachos. Dessa forma, o manejo realizado no vinhedo representará um resultado positivo na qualidade da uva colhida. O uso de EPI’s é outro ponto que deve receber uma atenção especial, pois irá garantir a saúde e a segurança do produtor.

As bagas ou pedaços de cacho que estejam com alguma podridão devem ser retirados e destruídos - Foto: Viviane Zanella - (Foto: Divulgação)

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