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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Páscoa: descontrole emocional e comida

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02/04/2017 16h54

Por Hilda Medeiros

Muitas pessoas, por não estarem bem profissionalmente ou afetivamente, acabam comendo ou bebendo em demasia e o chocolate se torna um meio de preencher o vazio

Por Hilda Medeiros

Páscoa é símbolo de fé cristã, vida, ressurreição e mesa farta. O coelhinho chega com todas as suas delícias, chocolates com os mais variados recheios, para todos os gostos. Comer ou não comer, eis a questão! Como evitar as tentações de tantas delícias que essa época oferece?

Muitas pessoas “enfiam o pé na jaca”, como diz o ditado, comem e bebem em demasia e, passado os dias festivos, amargam a ressaca dos quilinhos extras acompanhados de um forte sentimento de culpa. Outras preferem a indiferença, não comemorar, evitar o encontro com os amigos e familiares para manter a rígida dieta. Qual é a solução? Abrir mão das companhias que nos são caras ou comer à vontade e deixar para pensar nisso na semana seguinte? Acredito que a melhor alternativa não está nos extremos, e sim no meio termo.

Muitas pessoas, por não estarem bem profissionalmente ou afetivamente, acabam comendo ou bebendo em demasia. O chocolate se torna um meio de preencher o vazio. Como já não estavam bem, ainda se sentem piores por julgar terem saído do controle. Ao se sentirem culpadas punem-se, dizendo: já que engordei mesmo vou parar a dieta, a academia etc. Esse comportamento compulsivo é o drama de muitos que enfrentam o famoso efeito sanfona.

Tanto os nutricionistas quanto os personal trainers são categóricos ao afirmarem a importância da continuidade. Mesmo que tenha extrapolado um ou dois dias ou até mesmo o feriado inteiro, isso não é motivo para desconsiderar todo o ciclo de atividades físicas e dietas que estavam em andamento. Ao contrário de parar os hábitos saudáveis e ficar refém do vai e vem, é de suma importância não sucumbir pela culpa e dar continuidade ao que se estava fazendo.

Ao invés de abrir mão de momentos de prazer com os amigos, com a família, ou mesmo deixar de comer o que se gosta num dia especial por medo de perder o controle, é fundamental buscar a causa da frustração e identificar o motivo do desconforto, do vazio. No íntimo, cada um de nós sabe o que nos falta e o que queremos em nossas vidas. Se tivermos coragem de colocar em prática o que nos faz sentido e abrirmos mão do papel de vítima, com certeza encontraremos o caminho para o verdadeiro bem-estar. Somente quando nos responsabilizamos pela nossa atual situação podemos iluminar nossas sombras interiores e modificar o presente rumo a um futuro de maior satisfação.

Ao continuarmos com hábitos saudáveis após excessos pontuais, sairemos mais fortes e com mais poder e controle sobre nossos atos. Claro que existe uma diferença imensa entre comer, beber e gastar por impulso do que quando se trata de vícios. No último caso é necessário acompanhamento clínico e seguir com rigidez o que pedem os profissionais envolvidos no tratamento.

As datas comemorativas são momentos especiais, cheios de simbologia e lembranças da infância. É importante que tenhamos, de vez em quando, a permissão para pequenos excessos e fazer isso sem culpa. Se dermos o comando para nós mesmos que ficará tudo bem, com certeza encontraremos o caminho de volta ao equilíbrio alimentar. Como diria Fernando Pessoa: “Comes chocolate, pequena, comes chocolate. Olha que não há mais metafísica no mundo senão comer chocolates”.

Páscoa: descontrole emocional e comida

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