30/06/2015 11h24 – Atualizado em 30/06/2015 11h24
Mapa da Violência: homicídios são quase metade das mortes de jovens
Fonte: CNM
Divulgado no último dia 29 de junho, o Mapa da Violência traz um dado alarmante: os homicídios representam 46% das causas de morte entre jovens de 16 e 17 anos. O estudo do sociólogo Julio Waiselfisz revela que, em 2013, um total de 3.749 jovens perdeu a vida dentro de um conjunto de 8.513. Para este ano, a projeção é que 3.816 jovens sejam mortos.
A pesquisa mostra 93% das vítimas são homens. Outra informação que se destaca é o perfil desses indivíduos. Percebe-se que existe uma ligação entre escolaridade e cor da pele. Homens negros morrem três vezes mais que homens brancos, e as vítimas com baixa escolaridade também são maioria. A arma de fogo é o instrumento mais utilizado para as duas faixas etárias, ultrapassando 80% dos casos.
Os maiores índices de violência estão localizados na Região Nordeste do País. São 73,3 jovens mortos a cada 100 mil. A média do Centro-Oeste também é alta, de 65,3, comparada à média nacional, de 54,1, em 2013. Entretanto, há uma pequena mudança de perfil no que diz respeito aos estados mais violentos para jovens de 16 e 17 anos.
“Alagoas, Espírito Santo e Ceará lideram o ranking de mortalidade de pessoas de 16 e 17 anos. Em contrapartida, as menores taxas são encontradas no Tocantins, em Santa Catarina e São Paulo. Ainda assim, são consideradas elevadas, pois ultrapassam o patamar epidêmico de 10 homicídios por 100 mil”, descreve o Mapa da Violência.
Cenário internacional
Segundo a pesquisa de Waiselfisz, os números elevados colocam o Brasil na terceira posição, em um universo de 85 países, em relação à taxa de homicídios de jovens entre 15 e 19 anos. São 54,9 mortes a cada 100 mil. O segundo colocado, El Salvador, apresenta taxa ligeiramente maior, com 55,8. No topo da lista fica o México, com taxa de 95,6 mortes por 100 mil.
“A taxa brasileira é 275 vezes maior do que a de países como Áustria, Japão, Reino Unido ou Bélgica, que apresentam índices de 0,2 homicídios por 100 mil. Ou 183 vezes maior que as taxas da Coreia do Sul, da Alemanha ou do Egito”, aponta a pesquisa.
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