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No encerramento da 5ª Assembleia, Consulta Popular reforça unidade da esquerda

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18/11/2017 19h01

No encerramento de sua 5ª Assembleia, Consulta Popular reforça unidade da esquerda

Evento foi marcado pelo aprofundamento de debates estratégicos, diz dirigente da organização política

Fonte: Joana Tavares/Brasil de Fato

Depois de cinco dias de debates sobre diversos temas ligados aos desafios da esquerda, a 5ª Assembleia Nacional da Consulta Popular Zilda Xavier foi encerrada na tarde de sexta (17) com a leitura de uma carta política e a eleição da nova direção nacional da organização.

“A assembleia cumpriu seu objetivo principal, atuando para o fortalecimento da construção do projeto popular, que tem natureza estratégica na conjuntura. Mesmo nesse momento de ataque dos inimigos do povo e de cerco político, conseguimos manter uma coluna de militantes conscientes do programa e unificados para construir isso no interior da esquerda”, destaca Pedro Carrano, dirigente da Consulta Popular.

Com a presença de 850 delegados e delegadas de 24 estados do Brasil, a assembleia contou ainda com a presença de diversos convidados e foi saudada por dezenas de organizações. “Em um momento de acirramento da luta política e de uma encruzilhada para a esquerda brasileira, a assembleia da CP foi visualizada por diferentes forças como um espaço de aprofundamento de debates estratégicos”, cita Pedro.

Foram discutidos temas como a reorganização da esquerda, o papel da Frente Brasil Popular, conjuntura internacional e outros, com a presença de pessoas como Rui Falcão, ex-presidente do PT, de Walter Sorrentino, da direção do PCdoB e Roberto Amaral, da Frente Brasil Popular.

Em sua carta política, a Consulta Popular declara seu apoio à candidatura de Lula e se compromete a se engajar na sua eleição. Defende, ainda, a convocação de uma Assembleia Constituinte para garantir mudanças fundamentais no país.

Fundada em 1997, a Consulta Popular é uma organização política nacional e que contribuiu com várias lutas, como o plebiscito contra a ALCA em 2002 e a construção da Frente Brasil Popular.

Leia aqui a carta:

CARTA DA 5ª ASSEMBLEIA NACIONAL ZILDA XAVIER

“Os que virão serão povo e saber serão, lutando”, Thiago de Mello

Na cidade de Fortaleza (CE), reunidos entre 13 e 17 de novembro, no mês da Consciência Negra, e também do assassinato do comandante Marighella, nós, 850 lutadoras e lutadores do povo, vindos de 24 estados do Brasil, realizamos nossa 5ª Assembleia Nacional Zilda Xavier, na qual reafirmamos a construção da luta no seio do povo e a necessidade de unidade das forças democráticas e populares em torno de um projeto estratégico de poder.

Denunciamos que o governo ilegítimo de Temer e as forças golpistas aplicam o receituário do capitalismo financeiro internacional: desmantelamento do Estado democrático; perdas de direitos da classe trabalhadora; privatização dos bens da natureza e das empresas públicas; subordinação à política externa dos EUA.

Reconhecemos a importância das conquistas no período de governos anteriores, porém apontamos que o poder e a política devem se pintar de povo, de consciência, de pertença da classe trabalhadora à organização popular, para construir força social rumo a um Estado sob hegemonia da classe trabalhadora.

Somos construtores e construtoras do Projeto Popular para o Brasil, projeto de país que resolva os problemas do povo brasileiro, via reformas estruturais e de base. Trabalhadores, mulheres, LGBTs, camponeses, negros e negras, juventude, setores médios e democráticos se reconhecerão nesse projeto. O momento de polarização política entre as classes sociais reforça sua atualidade.

A Frente Brasil Popular, mais que um espaço de resistência contra o golpe, é lugar de coesão e unidade de todas as forças democráticas e populares, de defensiva e resistência, mas soprando o vento de um novo ciclo de avanço de nosso povo contra a entrega da nação. Com o exemplo pedagógico das lutadoras e lutadores do povo, a Frente também é raiz a se espalhar em cada cidade.

Sabemos que as eleições de 2018 vão refletir a polarização da luta de classes e não mediremos esforços no sentido de defender a candidatura de Lula, de modo que o governo popular se comprometa com a convocatória de uma Constituinte, inaugurando uma nova constitucionalidade, marcada pelos interesses do povo, para que os direitos da população sejam restituídos. Enfim cumprindo a tarefa histórica, ainda inconclusa, de democratização do país.

Respiramos, nesses cinco dias, a simbologia revolucionária, ao recordar o legado da dirigente Zilda Xavier. A homenagem a líder feminista e revolucionária é um convite a buscar na luta contra a ditadura militar força para os novos desafios: a ousadia, a capacidade organizativa de Zilda, a confiança política, a ação forjando o instrumento político. Este é o rio da História no qual nossa vela se sustenta. Nosso caminho é de dores, mas de alegrias e de mística revolucionária.

Nesses vinte anos, reafirmamos nossos compromissos com a soberania, sustentabilidade, democracia, solidariedade, desenvolvimento e feminismo enquanto nossos princípios.

Plantamos, em conjunturas difíceis, a flor e o caule da revolução brasileira, que não se rompe diante de conjuntura de cerco e ataques por parte dos inimigos do povo. Saímos da Assembleia fortalecidos em unidade, lealdade, nos princípios do internacionalismo e solidariedade entre os povos. Com energia para a construção de um projeto: Somos Projeto Popular!

Marchar, lutar, somos a Consulta Popular!

Pátria Livre, Venceremos!

Fortaleza, 17 de novembro de 2017.

Dirigentes da Frente Brasil Popular discutem o futuro da esquerdaFoto: Divulgação

No encerramento da 5ª Assembleia, Consulta Popular reforça unidade da esquerda

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