17/04/2016 10h00 – Atualizado em 17/04/2016 10h00
Fonte: Ligação Teen
O compartilhamento de fotos íntimas em sites e aplicativos para smartphones sem consentimento não para de crescer. De acordo com o último levantamento da ONG SaferNet, organização de defesa dos direitos humanos na internet, foram denunciados 224 casos desse tipo de crime apenas em 2014, sendo a maioria das vítimas dessa modalidade de crime do sexo feminino (81%) e, destas, 28% com idades entre 18 e 25 anos, e 25%, entre 12 e 17 anos.
Popularmente conhecido como sexting (prática de enviar mensagens, fotos ou vídeos sexualmente explícitos pelo celular), a captação e o compartilhamento das imagens normalmente acontecem em um momento de confiança, mas o vazamento costuma ser motivado por rompimentos no relacionamento ou até mesmo como uma forma de “diversão”, já que os adolescentes não têm claro entendimento da gravidade da ação.
“Jovens tomam menos cuidados com os crimes virtuais porque acham que nunca vai acontecer com eles. São também mais facilmente persuadidos a compartilhar voluntariamente fotos íntimas. Por isso, alertamos que pensem bem antes de enviar fotos ou informações pessoais confiando nos amigos. Primeiro, porque estes não sabem a gravidade de compartilhar estas informações com mais pessoas. Segundo, porque estes amigos também podem não estar seguros virtualmente”, explica Emilio Simoni, gerente de Segurança da PSafe. “A prevenção ainda é a melhor solução, sendo recomendável evitar o compartilhamento de dados pessoais e o armazenamento de fotos íntimas em sites não seguros.”
Outra opção é criar senhas para impedir que arquivos íntimos caiam em mãos erradas. O PSafe Total, aplicativo gratuito disponível na Google Play, por exemplo, disponibiliza recursos de Cofre e Proteção Avançada, que protegem as galerias de fotos, Facebook, WhastApp, Tinder, Grindr e oferecem mais segurança ao usuário em caso de furto dos aparelhos.
No entanto, se o vazamento ocorrer antes de o usuário tomar medidas preventivas, a PSafe reuniu, em uma cartilha, dicas para ensiná-lo como agir frente a essa situação:
1. Converse com seus pais
Fotos e vídeos estão constantemente na mira de pessoas mal-intencionadas. De anônimos a personalidades, pessoas que conhecemos já foram vítimas de cibercrimes e tiveram sua privacidade exposta no mundo digital. Em um momento delicado como esse, ninguém melhor do que os pais para apoiar e orientar a vítima para as próximas medidas que deverão ser tomadas.
2. Jamais apague as provas
Por mais que queira esquecer o corrido, é extremamente importante fazer cópias de absolutamente tudo o que foi divulgado, registrar a data de acesso e o link da página onde as imagens foram publicadas, se possível.
3. Registre um Boletim de Ocorrência (B.O.)
Salve os arquivos em alguma mídia (CD, DVD, pen drive, etc), imprima todos eles e vá, junto com seus pais, até uma delegacia para fazer um Boletim de Ocorrência, relatando o que houve.
4. Faça uma Ata Notarial
Você pode preservar as provas registrando uma Ata Notarial em qualquer Cartório de Notas (ou Tabelionato de Notas). O documento lavrado tem plena validade jurídica, ou seja, ninguém poderá contestá-lo em um futuro processo judicial.
5. Garanta a veracidade das mensagens
Para conteúdo em e-mails, a dica é “Salvar como anexo”. Isso porque, quando o e-mail é encaminhado, o cabeçalho original é modificado, prejudicando a identificação do remetente.
6. Convoque os amigos
Caso pessoas conhecidas recebam este material por qualquer canal, peça a elas que não o compartilhem e que ajudem você no armazenamento das provas, conforme a dica 2.
7. Procure com seus pais um advogado
Com as provas, o B.O. e a Ata Notarial (que não é obrigatória) em mãos, fale com um advogado – de preferência, especializado na área de Direito Digital.
8. Fale abertamente sobre o assunto
Vergonha ou medo só reforçam a impunidade. Por isso, garanta os seus direitos e não se cale. Lembre-se: a culpa nunca é da vítima!
