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terça-feira, 23 de abril de 2024

Dia Mundial do Hanseniano – Em 2014, sete casos foram notificados em Amambai

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28/01/2015 15h35 – Atualizado em 28/01/2015 15h35

Data é comemorada nesta quinta-feira, 29. O Brasil é o segundo país no mundo com maior número de casos da doença.

Fonte: Da Redação

Amambai (MS) – O dia 29 de janeiro é lembrado como Dia Internacional do Hanseniano. O Brasil é o segundo no mundo com maior número de casos da doença, que durante muitos anos fez com que os portadores sofressem discriminação e preconceito.

Felizmente, os médicos brasileiros, principalmente do SUS, já sabem lidar com o problema que aparece silenciosamente, por meio de manchas na pele, podendo fazer a pessoa achar que está com micose, alergia ou uma simples descoloração, já que a mancha não causa dor ou coceira.

O tratamento hoje é realizado com sucesso sem deixar nenhum tipo de sequela se a doença for diagnosticada no início.

Sobre a doençaA hanseníase (lepra, mal de Hansen) é uma doença infecciosa, de evolução crônica (lenta), que afeta nervos e pele, provocando danos severos. A doença tem um passado triste, de discriminação e isolamento de pacientes, devido às deformidades que causava. Felizmente hoje isso já não existe mais, pois ela pode ser tratada e curada.

A hanseníase é uma patologia endêmica (específica de uma região) em certos países tropicais, particularmente na Ásia. O Brasil inclui-se entre os países de elevada prevalência, com uma média superior a um caso por mil habitantes.

Em Amambai

Segundo o enfermeiro e coordenador da Vigilância Epidemiológica do município de Amambai, Maikon Resende, até o momento do ano de 2015 nenhum caso da doença foi registrado, mas no ano de 2014 sete casos foram notificados, nenhum com maiores incidentes.

Ele explica que assim que forem notados formigamentos nos membros, manchas brancas e vermelhas e falta da sensibilidade no local, o munícipe deve procurar o posto de saúde mais próximo para que a doença seja diagnosticada. “Após o diagnóstico, a primeira medida é a restrição de materiais para o paciente, para que não ocorra o contágio dentro de casa”, explica Maikon.

O tratamento dura seis meses e os pacientes recebem seus medicamentos diretamente da enfermeira do posto, para que o tratamento seja realmente efetivado e o paciente possa se tratar em casa. “A partir do momento em que o tratamento começa, os riscos da transmissão da doença diminuem quase a zero”, acrescenta.

Para prevenção, Maikon indica que não se tenha contato com portadores fora do tratamento. “Esse é um trabalho conjunto entre os agentes e postos de saúde com a vigilância, nosso dever é manter doenças compulsórias sob controle, para que não sejam causadas epidemias”, conclui.

Causas

A hanseníase é causada pela bactéria Mycobactrrium leprae. A transmissão se dá de indivíduo para indivíduo, por germens eliminados pelo portador e que são inalados por outras pessoas, penetrando no organismo através da mucosa do nariz. Outra forma é o contato direto da pele com a ferida de doentes. É necessário, entretanto, que este contato seja íntimo e prolongado para que haja contaminação, daí a necessidade de examinar sempre os familiares de pacientes com hanseníase. Felizmente, a maioria dos pacientes que têm contato com a bactéria não manifesta a doença, pois são capazes de eliminá-la por meio de suas defesas imunológicas.

Sintomas

O tempo de incubação varia de dois a cinco anos. Um dos primeiros efeitos da lepra, devido ao acometimento dos nervos, é a perda da sensação térmica, definida como a incapacidade de diferenciação entre o quente e o frio no local afetado.

Outras manifestações dependem da resposta imune do paciente ao bacilo. Com o teste de Mitsuda é possível se classificar o tipo de defesa, formando formas clinicas como: hanseníase indeterminada (inicial), hanseníase tuberculoide (benigna e localizada), hanseníase borderline ou dimorfa (com manchas extensas) e hanseníase virchowiana ou lepromatosa (em que a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito).

Diagnóstico

O diagnóstico da doença é clínico e laboratorial. Onde a lepra é endêmica e não se dispõe de recursos laboratoriais, o diagnóstico é feito somente pelos sintomas.

A biópsia realizada para identificar o bacilo pode ser feita nos lóbulos das orelhas e dos cotovelos. Também são úteis para o diagnóstico a biópsia dos nervos e a pesquisa do bacilo diretamente na linfa, líquido que circula no sistema linfático do paciente.

Tratamento

Procurar um médico aos primeiros sinais da doença é fundamental para a indicação do melhor tratamento para cada caso. Somente o médico poderá orientar o paciente em relação aos procedimentos adequados e ao uso de remédios.

A hanseníase tem cura. A terapêutica no Brasil é feita nos Centros Municipais de Saúde (Postos de Saúde) e os medicamentos são fornecidos gratuitamente aos pacientes, que são acompanhados durante todo o tratamento.

A lepra é tratada com antibióticos, mas, como o tratamento é longo, apenas profissionais especialmente treinados para tal devem prescrever e acompanhar o tratamento. A hanseníase pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. Para alguns pacientes o uso de próteses torna-se necessário, como também intervenções ortopédicas e calçados especiais.

Prevenção

Uma das formas de prevenção da hanseníase consiste no diagnóstico e tratamento precoces, para que os pacientes não transmitam a doença. Indivíduos que convivem com pacientes contaminados devem ter uma proteção mais específica e receber a vacina contra tuberculose (BCG). Ambientes lotados, condições ruins de higiene e desnutrição também favorecem a disseminação do bacilo.

Doença ataca pessoas através de contato com portadores / Foto: Divulgação

Enfermeiro e coordenador da Vigilância Epidemiológica / Foto: Moreira Produções

Doença apresenta formigamentos, manchas e falta de sensibilidade / Foto: Divulgação

Dia Mundial do Hanseniano - Em 2014, sete casos foram notificados em Amambai

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