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terça-feira, 23 de abril de 2024

“Grife” criada no presídio de São Gabriel do Oeste encanta pela beleza

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27/10/2016 10h24

D’Cela: “Grife” criada no presídio de São Gabriel do Oeste encanta pela beleza e qualidade das peças

Fonte: Agepen MS

Produtos simples, acessíveis e úteis, mas que primam pela beleza e qualidade das peças. Com essa proposta, há pouco mais de dois meses foi criada a “grife” D’Cela no Estabelecimento Penal Feminino de São Gabriel do Oeste, que tem garantido ocupação produtiva e trabalho remunerado a custodiadas. A iniciativa faz parte de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o Novo Conselho da Comunidade do Município.

Com o slogan “Costurando a liberdade com dignidade”, o projeto foi idealizado pela juíza da Execução Penal da Comarca, Samantha Ferreira Barione, que também preside o Novo Conselho da Comunidade, e pela secretária executiva da instituição, Liliane Portioli. A ideia, segundo a magistrada, surgiu da necessidade de abrir novas oportunidades de trabalho às reeducandas. “Em princípio montamos a oficina de artesanato, mas vimos a necessidade de agregar valor às peças, ter uma identidade, um diferencial, daí surgiu a grife “D’Cela”, como uma forma de valorizar e identificar o trabalho delas, deixando claro a origem do produto”, conta. “A intenção é, quem sabe, que sejam comercializados até por outras empresas, a ideia é fabricar em larga escala”, anseia a juíza.

Entre linhas, tecidos e agulhas, e máquinas de costura, três reeducandas trabalham no ateliê e dão vida à grife. O colorido e formato das peças dão um toque delicado e feminino a cada criação. São confeccionados puxa-sacos, almofadas com porta carregadores, porta-carregadores, “bate-mãos”, bolsas, toalhinhas de boca, etc. As peças são comercializadas a partir de R$ 10,00 e o preço máximo é R$ 50,00. “O D’Cela aceita encomendas de todo o Estado e, para Campo Grande, não há cobrança de taxa de frete”, informa a juíza.

O dinheiro é revertido para a compra de material, bem como, o pagamento das reeducandas, que recebem ¾ do salário mínimo para ajudar no custeio próprio e de familiares. “A intenção é que, com esse projeto, elas possam ser capacitadas e inseridas no mercado de trabalho formal e ingressar a ele de maneira lícita”, ressalta o diretor do presídio, Albino Lima Júnior, lembrando que a ocupação também garante remição de um dia na pena a cada três trabalhados.

Segundo o diretor, a aquisição dos materiais, moldes e divulgação são de responsabilidade do conselho. Todas as peças produzidas são expostas em eventos do município, como na Festa do Porco no Rolete, Centro de Eventos, em eventos no Fórum etc., ou vendidas no próprio presídio. “Dentro da unidade, as internas são responsáveis pela exposição, venda e recebimento dos produtos vendidos, enquanto que nesses eventos é de responsabilidade do Conselho da Comunidade”, explica Lima.

Para ampliar a divulgação do Ateliê D’Cela, o Conselho da comunidade criou uma página do Facebook, permitindo a exposição do material e incentivando sua venda. Para apreciar os produtos, basta clicar no link www.facebook.com/DCela. Pedidos e encomendas podem ser feitos pelo e-mail [email protected].

Para o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, o Poder Judiciário tem sido grande parceiro do sistema penitenciário em todas as unidades do Estado. “Não só com a competência de seus juízes e juízas na condução das varas de execução das penas, como, também, com iniciativas diversas, a exemplo desta de São Gabriel do Oeste, que mostra o lado humano do cumprimento da pena e prepara pessoas para um futuro longe do crime”, finaliza.

Foto: Divulgação

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