29/03/2017 21h54
Foram 14 anos e 8 meses de liderança à frente da Igreja Batista Central de Amambai.
Fonte: Redação
Foram 14 anos e 8 meses em Amambai. Missão? Fazer Cristo ser compreendido, não só no contexto religioso, mas no contexto de transformação da alma.
Foram dezenas de ações e projetos, entre eles, a escola bíblica, missões, ação social e embaixadores do rei; diversos que envolveram diretamente casais, crianças, terceira idade e mulheres; e outros ainda nas áreas do esporte, do teatro e da dança, o Adorarte e o Adorarte Kids.
Foram centenas de amizades conquistadas, outra centena de aconselhamentos feitos e infinitas possibilidades – aproveitadas – de fazer a diferença na comunidade.
Assim foi o trabalho do pastor Walnier Costa junto à Igreja Batista Central de Amambai. Nesta sexta-feira, 30, ele, a esposa Thula Ovando de Araujo e seus três filhos – Matheus, Lucas e Gabriel – deixam a cidade que os acolheu, e que eles a acolheram, desde que chegaram aqui, em 11 de julho de 2002.
“Então nós estamos indo embora com a certeza da missão cumprida, com a certeza de que o nosso tempo se encerrou, mas com a certeza do carinho, do amor da cidade, que vamos levar no nosso coração. Estamos indo, caminhando, cremos que para algo novo que Deus colocou para nossa vida”, avalia Walnier.
Inicialmente eles vão para Campo Grande, onde se colocam a disposição da igreja. O novo pastor a igreja irá escolher daqui a um tempo num processo chamado sucessão pastoral.
A Igreja Batista
A Igreja Batista Central em Amambai, fundada no município há quase 70 anos, tem quatro congregações, quatro pontos além da sede: dois na aldeia Amambai, um na vila Cristina e outro na vila Mangay.
Essa realidade gira em torno de umas 400 pessoas, sendo que na central em torno de 250, pessoas ligadas à igreja, pessoas que vêm, que participam. Não temos como mensurar, explica o pastor, porque é muito rotativo.
Walnier Costa tem 16 anos de atividades no ministério pastoral, quase 15 exercidos em Amambai.
Veja aqui a história da Igreja Batista Central em Amambai.
Em entrevista ao jornal eletrônico Amambai Notícias, Walnier fala um pouco sobre seu trabalho em Amambai, avalia sua missão e, claro, deixa seu recado cristão.
Os aconselhamentos
Muitas pessoas vieram aqui não só da igreja, de fora, porque as pessoas, seus dilemas, as suas dificuldades, por vezes precisam de um apoio, uma orientação, como nós, todo mundo é assim, eu, você, sempre incapazes de enfrentar tudo, as vezes somos capazes de enfrentar muitas coisas, uns mais do que os outros, mas nunca tudo (…) as pessoas geralmente procuram quem confiam, quem tem uma certa experiência (…) é um conjunto de coisas que te conduzem você procurar pessoas que possam te ajudar.
Missão cumprida?
Totalmente missão cumprida. Nós entendemos duas coisas: primeiro, nós estamos entregando, devolvendo a igreja melhor do que quando assumimos; e a segunda avaliação que fazemos é que estamos indo embora sem ter prejudicado ninguém, sem ter trazido dor de cabeça para ninguém, muito pelo contrário, estamos indo certo que colecionamos, confeccionamos e vamos manter muitos relacionamentos, não só da igreja, mas também fora. Não vou conseguir me despedir de todo mundo, é muita gente, não só da igreja, pessoas que construímos relacionamentos, empresas (…).
O que marca o seu trabalho?
Duas coisas: quanto à Igreja, o amor, o cuidado, a confiança para conosco, ao nosso ministério e a nossa família. Quanto à cidade, o que dizer de Amambai? A receptividade, o carinho, o apoio. Quantas coisas nós fizemos aqui, festas, programações, às vezes trazíamos bandas, conjuntos como o grupo Eme, que veio algumas vezes aqui.
A Prefeitura, o comércio, os empresários, sempre nos apoiaram, inclusive financeiramente, por acreditarem que era bom para a cidade.
O respeito como valor maior
Na vida da gente, temos que olhar vários aspectos: a questão de cultura, a questão de religiosidade, por exemplo. Isso tudo é periférico quando nós temos o respeito, quando nós temos a questão da humanidade. Porque, por exemplo, eu tenho alguns pontos de vista que você não tem, pois pensa diferente de mim, mas por isso não precisamos nos tornar inimigos.
Outro exemplo: tinha uma família da nossa igreja que morava no fundo de um centro de umbanda e que nós atendíamos, visitávamos, sem qualquer problema.
Também fiz um casamento na igreja católica. Ele participa aqui na igreja e a menina na igreja católica. Então foi uma espécie de acordo, a gente casa na igreja católica, mas a gente pede para o pastor Walnier para fazer a cerimônia. O casamento foi feito em conjunto com o diácono Matheus Selhorst, foi uma coisa muito gostosa, se tratou de religião, se tratou de benção, se tratou de Deus. Foi muito bonito, bacana, me encheu de honra.
A Festa do Milho
O que marcou muito para mim foi a Festa do Milho. Explico: porque, primeiro, a Festa do Milho nunca foi uma festa religiosa, foi sempre nossa intenção promover uma festa que muitos lugares não têm, promover um ambiente para a família, onde todos pudessem ir, as famílias, as crianças, os jovens. Um ambiente para todos e com várias opções, tem o festival, música, comida típica, pode sentar, bater um bate papo. E isto eu levo com muito carinho no meu coração, porque a festa era da cidade, teve uma adesão muito grande.
A transformação da alma pelo poder da palavra de Jesus
Do ponto de vista da igreja, a gente viu pessoas que saíram transformadas pelo poder de Cristo, pelo evangelho, pessoas que tinham uma vida, caminhando com um ritmo, de um jeito e, de repente, compreenderam a palavra de Jesus, que é uma palavra de transformação da alma, do coração. Por isso que o Cristianismo é a única religião que transforma o ser humano de dentro para fora. Não são roupas, não são atitudes, não são práticas, não são dogmas, mas sim uma nova mensagem, que se chama metanoia [meta=expansão / noia=mente], que é a renovação da mente e que Cristo nos ensinou, que traça o respeito humano. Jesus veio para abrir nossa mente. Então são vários aspectos, testemunhos de vida de casais, que mudaram vidas.
A família
Nossa família sempre esteve envolvida com a Igreja; o filho mais velho está concluindo o seminário e os outros dois também sempre tiveram participação nos trabalhos da igreja, com música, com arte, com o ministério infantil.
Com a serenidade que sua função necessita e com um trabalho reconhecido por todos, pastor Walnier finaliza: “Estamos indo em paz, tranquilos. Essa cisão agora é um processo natural, vamos para uma igreja nova”.
