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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Profissional busca valorização e respeito da sociedade

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15/05/2017 20h10

Dia do Coletor de Lixo: profissional busca valorização e respeito da sociedade

Percorrendo cerca de 30 quilômetros por dia, as equipes de coletores se deparam com as mais diversas situações: sol, chuva, frio, além de inúmeros perigos, como por exemplo, cair do caminhão ou ainda contrair alguma doença por conta das bactérias presentes no lixo.

Fonte: Redação

Amambai (MS)- Nem lixeiro, nem gari. Eles querem ser chamados de coletores. Eles que são servidores públicos que desempenham uma função importante no município.

Em Amambai, eles são 25, incluindo os motoristas dos caminhões coletores, divididos em cinco equipes que atuam em diferentes regiões da cidade. No centro, por exemplo, uma mesma equipe passa duas vezes por semana; na maioria das vilas, eles passam uma vez na semana.

Nesta terça-feira (16), é comemorado o Dia do Coletor de Lixo. O que eles querem de presente? Valorização da sociedade e do poder público e conscientização sobre o armazenamento e reciclagem do lixo.

Conscientização

A conscientização diz respeito à população amambaiense no que se refere à separação e organização do lixo doméstico que é recolhido por eles. “Uma das maiores dificuldades que enfrentamos é com certeza é a separação incorreta do lixo, nós encontramos muitas coisas que não podem ir junto com o lixo doméstico, principalmente cacos de vidro, que é o motivo de pequenos acidentes que acontecem conosco”, disse o coletor de lixo, João Leonel Fernandes Bueno, de 25 anos.

De acordo com o também coletor, Ederson Borges, de 30 anos, a população de Amambai precisa ser melhor orientada sobre a questão da separação e reciclagem do lixo.

Como separar o lixo

Segundo Ederson, para que haja a separação do lixo de forma correta, é interessante que a população tenha dois recipientes diferentes para o descarte o lixo em casa, um para os resíduos recicláveis (lixo seco) e outro para os resíduos orgânicos (lixo úmido) e rejeitos.

Papel, papelão, plástico, isopor, metais, alumínio, vidros e latas são exemplos de lixo reciclável; estes devem ser descartados separadamente para que sejam recolhidos pela equipe de coleta seletiva.

Os resíduos recicláveis devem ser armazenados limpos e secos, em um único recipiente (sacos plásticos, sacolas ou caixas de papelão). No caso de vidros quebrados, deve-se envolvê-los em um jornal ou papel, antes de depositá-los no recipiente. “A gente acha muito lixo extraviado nas lixeiras, a população não coopera (…) encontramos muito caco de vidro, eu mesmo já me cortei”, conta Ederson.

Valorização

Outro ponto destacado pelos coletores de lixo é a questão da valorização, não só pelo poder público, mas também por parte da população, que muitas vezes os discriminam ou desmerecem os seus serviços.

“Nós somos muito desvalorizados pela população, que nos chama de lixeiros, eu realmente me ofendo com isso, afinal, eu estudei, passei em um concurso, não quero ser tratado assim (…) sou coletor e quero ser tratado como um, até porque lixeiro é o recipiente que se coloca o lixo, eu sou coletor”, frisou Ederson.

João Leonel, que trabalha há cinco anos como coletor de lixo, disse que existem alguns impasses entre a população e o coletor por conta de dejetos que são descartados, mas não são recolhidos pela equipe coletora da Prefeitura Municipal.

Valorização pelo poder público

Percorrendo cerca de 30 quilômetros por dia, a equipe de coletores, que Ederson Borges integra, se depara com as mais diversas situações: sol, chuva, frio, além de inúmeros perigos, como por exemplo, cair do caminhão ou ainda contrair alguma doença por conta das bactérias presentes no lixo.

Apesar de todo esse grau de insalubridade e periculosidade, os coletores de lixo em Amambai recebem apenas insalubridade em cima do salário base, que hoje gira em torno de R$ 905,00, mais as horas extras que são pagas quando há a necessidade de expediente durante os feriados e nos contra turnos.

“No holerite conta apenas o insalubridade, mesmo nossa profissão tendo muito risco, periculosidade a gente não recebe(…) você pode cair do caminhão ou bater a cabeça, tem também os cacos de vidros, já testemunhamos acidentes, mas com a nossa equipe nunca aconteceu”, fala Ederson.

Outra preocupação dos coletores e que depende do poder público municipal é a falta dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscaras, luvas e botas que são imprescindíveis para a segurança dos trabalhadores.

“A última vez que ganhamos uniforme foi no ano passado, ganhamos duas calças, duas camisas e um gorro, mas como trabalhamos debaixo de sol e de chuva, as roupas se deterioram rapidamente”, disse Ederson.

A secretaria de Serviços Urbanos, responsável pela coleta do lixo doméstico, não concorda com essa posição. De acordo com o secretário de Serviços Urbanos, Jota Roberto, os equipamentos de proteção individual estão à disposição dos trabalhadores, que muitas vezes não usam ou esquecem em casa.

“Nós temos muito cuidado em oferecer os equipamentos de proteção, o que acontece é que muitas vezes o próprio trabalhador não usa e nós não temos como vigiá-los, mas nós trabalhamos muito em cima do uso dos EPIs”, disse o secretário.

Satisfação com o trabalho

Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, debaixo de sol e chuva e apesar da falta de valorização, os coletores de lixo, sabendo de sua extrema importância para qualquer município, são felizes em seu trabalho.

“Eu sou feliz com meu trabalho, apesar de não ser valorizado e ser taxado como lixeiro, eu sou grato por este trabalho porque é com ele que sustento minha esposa e filhas”, frisou Ederson. João Leonel e Valmir Mamets, que tem 50 anos e que trabalha há 18 como coletor, comungam da mesma opinião que Ederson.

Coletores de lixo da Prefeitura de Amambai durante o trabalho.

População de Amambai ainda não está consciente sobre a separação correta do lixo.

Profissional busca valorização e respeito da sociedade

Profissional busca valorização e respeito da sociedade

Profissional busca valorização e respeito da sociedade

Quando o caminhão coletor tem algum problema mecânico, os coletores têm quer usar uma caçamba, o que dificulta em muito o trabalho.

São cerca de 30 km percorridos diariamente pela equipe de coletores que recolhe o lixo da região central.

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