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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Formar um aluno é a realização de um professor

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08/08/2016 07h10

Crônicas de uma Alma Solta

Por Luiz Peixoto

Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo.
(Carlos Drummond de Andrade)

Aprendi com os antigos que uma árvore frutífera só pode ser avaliada se é boa ou não, pelos seus frutos. Pode ser frondosa, ter boa sombra, ser bonita, mas a função da mangueira é produzir mangas boas. Só saberemos se a árvore é boa ou não, depois de nos lambuzarmos nas mangas. As minhas de casa são ótimas, estão cheias de flores. Esse ano me acabo na manga.

Afinal, a manga é o produto da mangueira!

Nos nossos trabalhos, todos temos algum produto.

O produto do professor são seus alunos. Produto difícil, complicado, sem muito padrão de produção. É pelo fruto que se conhece a árvore. E eu, sem falsa modéstia, elogio muito meus professores. Fizeram um bom trabalho. Ensinaram-me, muitas vezes sem palavras, mas pelo exemplo, que ler é libertador; que aprender matemática, física, química não é chato, é necessário para saber ler o mundo; que geografia não se resume a mapas e relevos, mas vai além, vai até a humanidade, humanizando a grafia da terra; que conhecer história é fundamental para não pensar nem falar besteira (talvez o MC Biel tenha tido péssimos professores, sei lá).

Ao longo da minha vida de professor, e lá se vão mais de 15 anos, tive o orgulho de “formar” pelo menos umas 13 turmas de estudantes, tanto no ensino médio, como no curso profissionalizante e no ensino superior. Posso dizer que a maioria absoluta só me deu alegria até hoje. Sou um professor orgulhoso dos meus frutos! E nem adianta falar que eu sou arrogante. Sou mesmo! A humildade é uma falácia do sistema criada para nos colocar como inferiores aos não-modestos. E eu sei do que sou capaz de fazer!

Nesse último final de semana, formaram-se em Amambai as cursistas (e os cursistas que entendam, a maioria absoluta é de mulher, então levando em conta o debate de gênero, usarei o termo no feminino, afinal 4 homens, entre 69 nem aparecem na foto) da primeira turma do PROFUNCIONÁRIO, programa de formação técnica aos funcionários administrativos da educação, das escolas municipais e estaduais. Ao todo foram três cursos, divididos em 4 turmas. Uma turma de Secretaria Escolar, que tive a honra de ser o professor. Duas turmas de Infraestrutura Escolar, que tive a alegria de trabalhar e aprender com a Antônia, Jucélia e Nídia. Uma turma de Alimentação Escolar, que vivi e aprendi muito com a Terezinha.

O curso foi diferente de tudo o que já havia feito como professor. Eram aulas aos sábados, das 7:30h as 13:30h, direto, sem folga. Com dois sábados ao mês. Turmas já adultas, a maioria atuando há anos no serviço público e com uma vontade de aprender surpreendente. Confesso que aprendi muito mais que ensinei. Afinal, fui professor de gente que já estava na secretaria da escola Fernando Correa da Costa quando eu fui aluno do fundamental e médio por lá. Sorte que ninguém lembra de tantas que aprontei na escola.

Formar um aluno é a realização de um professor. Eu me realizo, ano a ano, no que vejo. Acredito na educação. Acredito nas pessoas. Por isso sigo sendo professor…

Sigamos…

O autor é filósofo e escreve semanalmente nesta coluna

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