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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Juventude e educação nas aldeias de Amambai são temas de debate na UEMS

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23/10/2014 14h09 – Atualizado em 23/10/2014 14h09

Juventude e educação nas aldeias de Amambai são temas de mesa redonda na Semana Acadêmica de Ciências Sociais da UEMS

Fonte: Da Redação

Amambai (MS) – A unidade da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) em Amambai deu início na segunda-feira (20) a VII Semana Acadêmica de Ciências Sociais com o tema “Amambai em Foco: o Compromisso do Curso de Ciências Sociais com a Realidade Local”.

A programação gira em torno de mesas de debate, grupos de trabalho, palestras, oficinas e atividades culturais. As atividades estão projetadas de um modo a convergir para o universo acadêmico sem perder o foco da realidade local, a qual configura o espaço privilegiado dos debates, trocas de experiências e convívio social.

Nesta quarta-feira (22), além das apresentações de trabalho, a programação contou com a participação de professoras para uma mesa redonda sobre a educação de indígenas em Amambai. Com o tema Juventude e educação nas aldeias Guarani e Kaiowá: pontes para o futuro, a professora doutora, Célia Silvestre, a secretária de Educação, Vera Lorensetti, a professora Elda Vasquez, da Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena, e a diretora da escola indígena estadual Guarani Kaiowá, Nídia Peixer, debateram diversos assuntos para o público presente.

Para Célia, como a semana acadêmica é focada no município, o assunto indígena não poderia deixar de ser debatido. “Eles fazem parte de nós, parte de nossa terra, parte de Amambai”, disse ela.

O foco da discussão foi explicitar quem são esses jovens educandos indígenas, onde vivem, o que fazem, quais são as expectativas de suas famílias sobre eles, políticas públicas que atendem suas necessidades e o porque de estarem se formando.

A professora Elda Vasquez, explicou que no passado, quando o jovem indígena chegava aos seus 13 e 14 anos já era considerado um adulto pronto para formar família, o que não ajudava para que estes viessem a estudar. “Precisamos continuar mantendo nossa tradição, mas precisamos também atravessar essa fronteira que nos separa do conhecimento”, acrescentou.

Para ela, é necessário que o jovem não esqueça sua origem e que faça com que isso o ajude frente à luta por seus direitos igualitários.

A diretora Nídia apresentou gráficos sobre a entrada e saída de alunos do ensino médio da escola Guarani e questionou por quais motivos alunos que concluem não seguem para o ensino superior.
“Nesses 20 anos que trabalho na escola indígena me sinto adotada, tudo que faço é pensando nos jovens e adultos da Aldeia”, afirma ela.

Ainda de acordo com Nídia, se cada pessoa não indígena fizesse sua parte, já não estaríamos no quadro em que vivemos hoje. “Conhecendo a cultura dos indígenas, podemos colaborar”, afirma ela.

Nidia também se colocou como parceira para professores e alunos da UEMS que estiverem interessados em trabalhos dentro da Aldeia. “Temos uma série de professores atuantes que se formaram aqui e temos orgulho disso”, conclui.

A secretária municipal de Educação, professora Vera Lorensetti, defende a língua materna da etnia afirmando que o guarani deve ser tratado como prioridade na grade curricular aplicada nas escolas da comunidade. “Sempre defendi que a língua materna fosse o eixo principal da educação, fazendo com que o estudante seja alfabetizado no guarani e no português, ou seja, uma escola bilíngue”, fala a secretária.

A secretária lembra que desde os oito anos de idade está envolvida com a educação indígena, onde, seus pais foram professores na aldeia Amambai e também moravam na localidade. “Moramos por vários anos na aldeia e, com isso, tive a oportunidade de estudar numa das escolas localizadas na comunidade”, destaca Vera.

Exposição fotográfica

Paulo Robson é autor da exposição “Abrindo os olhos para a diversidade de Formigas na Região do Pantanal” e está expondo seus trabalhos durante a semana acadêmica. Esta série traz um olhar para as formigas do pantanal.

A exposição fotográfica é parte de um acervo de 2 mil imagens da natureza feitas pelo professor e pesquisador da UEMS de Campo Grande. O material divulgado é oriundo da região pantaneira, principalmente da área de divisa com o Paraguai e Bolívia.

Confira o restante da programação abaixo:

Quinta-feira (23)

  • A partir das 17h30 até às 19 horas os grupos de trabalho de Amambai e Naviraí realizam exposição com os temas Identidade, Diferença e Educação; A temática indígena no Brasil e As mentalidades como intersecção entre história, antropologia e sociologia.
  • Após os trabalhos, às 19 horas, tem início a mesa de debate sobre segurança pública com a participação do coordenador do curso de Direito da Uems de Dourados, doutor André Martins, do delegado da Polícia Civil, Mikaill Faria, do comandante da Polícia Militar de Amambai, major Josafa Dominoni e do promotor público da comarca de Amambai,, Luiz Eduardo Pinheiro.
    Sexta-feira (24)

A programação de sexta gira em torno de diversas oficinas, veja abaixo os temas:

  • MMA: Lei Maria da Penha e saúde da mulher
  • Marketing e atendimento ao público no comércio de Amambai
  • Cultura paraguaia em Amambai
  • Centro de Tradições Gaúchas Sentinela de Amambai
  • O espaço das diversidades sociais em Amambai
  • Jiga: o espaço dos jovens indígenas
  • Produção e ambiente
  • Teatro
  • Reciclando o lixo

Durante todos os dias, a partir das 21h40, acontecem atividades artístico culturais, como música, dança e teatro para o público.

Programação envolve alunos e a sociedade geral em palestras, mesas redondas e apresentações de trabalhos / Foto: Moreira Produções

Vera Lorensetti e Nídia Peixer / Foto: Moreira Produções

Gráfico de alunos matriculados entre 2005 e 2014 / Foto: Moreira Produções

Exposição acontece na UEMS até esta sexta-feira (24) / Foto: Moreira Produções

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