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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Resistência cultural na Zona Norte do Rio

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24/07/2014 10h38 – Atualizado em 24/07/2014 10h38

Fonte: Brasil de Fato

A zona norte do Rio de Janeiro abriga uma infinidade de grupos que produzem cultura de forma independente. Moradores que buscam novas formas de mostrar sua realidade e criam seus próprios espaços para divulgar a arte produzida no lugar. Em Acari encontramos um desses exemplos. Em funcionamento desde o ano de 2011 e coordenado por artistas do próprio bairro, o Comitê Cultural Popular Revolucionário (CCPR) vem ao longo dos anos se transformando em uma referência de integração da produção cultural da região.

Um dos principais projetos do CCPR é a “Noite Faveleira”, que todas as quartas-feiras enche o centro cultural com poesia, música, projeções audiovisuais. Organizada pelos artistas Wesley Delirio Black, MC Pingo, Mano Teko e DJ Buiú, a atividade vem revelando não apenas a cultura produzida em Acari, mas também serve como espaço de divulgação para trabalhos vindos de outras partes da cidade. “A cultura é o melhor veículo de comunicação para falar com os nossos. A Noite Faveleira é uma atividade de resistência cultural que a gente tem transformando em um ponto que a galera semanalmente se encontra para falar das coisas que estão rolando durante a semana, beber uma cervejinha, mas ao mesmo tempo produzir cultura de resistência”, revela Wesley.

Do Morro do Jorge Turco, em Coelho Neto, vem outro exemplo de movimento cultural da zona norte do Rio de Janeiro. Misturando música, poesia e muito debate político, o Bonde da Cultura surgiu em 2009 e reúne oito integrantes que fazem da arte seu instrumento de transformação social. O Centro Cultural Novo Oriente, localizado na comunidade, foi o ponto de encontro para esses artistas se conhecerem. Hoje, a luta do grupo é para fazer do centro uma referência para as atividades culturais produzidas naquele lugar. “Faltam locais de cultura nos morros. Temos um pequeno espaço que estamos trabalhando com bastante dificuldade. Queremos mais espaços de culturas nas favelas, nos bairros”, reivindica Marlon Natural, integrante do Bonde da Cultura.

Outra ação do grupo do Jorge Turco inaugurada recentemente foi a Girassol Comunicações, uma produtora de mídia que tem o objetivo de divulgar a produção realizada nessa parte da cidade. “Aqui também existe a carência da comunicação. Tivemos a oportunidade de fazer várias oficinas de filme, blog, rádio web, entre outros. Criamos a Girassol Comunicações para poder destacar esse outro lado da cidade, mostrar os coletivos com pensamento crítico que não têm tanto destaque na imprensa, principalmente nesse lado da zona norte”, completa Marlon.

CINEMA DO SUBÚRBIO

A comunicação também é a principal ferramenta do professor Luiz Cláudio Lima. Professor de geografia da rede municipal e morador da Vila da Penha, desde 2007 ele vem construindo o coletivo Subúrbio em Transe, que desenvolve atividades de cine clube e produz filmes que retratam a vida da região. Para ele, a falta de financiamento ainda é uma barreira para a produção de cultura no lugar. “O filme ‘Alma Suburbana’ foi uma produção nossa, feita com alunos do ensino fundamental, financiado com recursos próprios e apoio do comércio local. Procuramos em nossas produções entender o nosso lugar. A principal dificuldade é o investimento. Então fazemos documentários, ficções sobre nosso cotidiano com o que temos”, pondera Luiz.

Resistência cultural na Zona Norte do Rio

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