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Caio Bonfim bate recorde nacional e fica a cinco segundos do pódio na marcha atl

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13/08/2016 09h27

Caio Bonfim bate recorde nacional e fica a cinco segundos do pódio na marcha atlética

Fonte: PB

Quem viu o menino Caio Bonfim com as pernas tortas, antes de ser submetido a cirurgia aos três anos de idade para corrigir o arqueamento, não poderia imaginar que ele se tornaria um atleta olímpico. Com a mãe Giannetti Sena heptacampeã nacional da modalidade e o pai João Sena o treinador, Caio tinha em casa uma família dedicada à marcha. Família essa que acreditou, sonhou, desejou e persistiu até que o filho de 25 anos se tornou, nesta sexta-feira (12.08), o maior marchador da história do esporte brasileiro. Foi por pouco. Foram cinco segundos que separaram o brasiliense Caio Bonfim da medalha de bronze na prova olímpica de 20km disputada no Pontal, no Rio de Janeiro.

O brasiliense da cidade de Sobradinho escreveu um novo capítulo na história da marcha brasileira ao terminar em 1h19min42s – novo recorde brasileiro (a marca anterior era 1h19min56s). A prova terminou com dobradinha chinesa. O ouro foi para Zhen Wang, com 1h19min14s, e a prata para Zelin Cai, em 1h19min26s. O terceiro lugar ficou com o australiano Dan Bird-Smith (1h19min37).

“Eu dei o meu melhor. Fiz a melhor volta da minha vida. Quando você percebe que conseguiu o seu máximo, você sai cheio de alegria e esperança. Claro que no capitalismo a medalha é o que vende. Todo mundo quer a medalha, mas ser o quarto melhor atleta do mundo é fantástico”, comemora Caio.

O mentor do atleta sabe dimensionar o tamanho do feito. O pai/treinador ressalta que Caio volta para casa com o título de melhor atleta das Américas. “O Caio foi um atleta perfeito hoje. Esse resultado vai ficar para a história. Eu estou orgulhoso. Ele melhorou o tempo, competiu com toda a sua energia, fez o último quilômetro em 3min45s e fez o melhor resultado da vida. Ele foi o melhor atletas das Américas”, disse.

Para a Gianetti Sena, o filho mostrou que tem grande potencial no esporte. “Que pena que por cinco segundos a gente não conseguiu a tão sonhada medalha. Só esse gostinho que ficou, mas ele marchou muito, foi guerreiro. Ele competiu com grandes atletas e a gente não pode questionar. Ele foi um grande atleta nesta olimpíada”, conta.

Superação

Caio Bonfim sente na pele a dificuldade de ser atleta, ainda mais no esporte sem tradição no país. Com desconhecimento das pessoas sobre a marcha, ele escutou muitos insultos durante os anos de treinamentos somente por praticar o esporte. “Não teve nenhum dia na rua que eu saí para treinar e não fui xingado porque fazia a marcha atlética. Do outro lado, não teve nenhum dia que eu cheguei em casa e minha família não estivesse me apoiando”.

Já no Rio 2016, os gritos que vieram das arquibancadas foram de incentivo e carinho. “Vieram cerca de 80 pessoas de Sobradinho somente para ver ele. São amigos, pessoas da igreja e familiares que nos amam e que apoiam a gente”, disse Gianetti.

O resultado desta sexta-feira é resultado de anos de evolução técnica e treinamento no exterior. Caio Bonfim foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto e sexto no Mundial de Atletismo de 2015. Ainda no Rio, o brasiliense vai disputar também a prova de 50km da marcha, no dia 19 de agosto. O jovem recebe o apoio financeiro do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte.

“Para mim tudo começou agora. Vamos para frente. Fui sexto ano passado no Mundial e falaram que o mais difícil era manter. Fui oitavo na Copa do Mundo neste ano e agora quarto nos Jogos Olímpicos. Acho que estou conseguindo”, brinca.

Foco

Caio afirmou que já esperava uma prova forte, e que o treinamento foi exatamente voltado para isso. “Treinei para caramba sabendo o que iria enfrentar. Olha o meu tempo: 1h19min é tempo da medalha Olimpíada. Eu consegui. Ser um atleta olímpico é um sonho e chegar nas cabeças no seu país é fantástico. Eu estou feliz”, analisa Caio Bonfim.

Com o desempenho no Rio 2016, o atleta considerou a missão cumprida. “O meu desejo é ajudar a popularizar o esporte, estar feliz e ser competente no que faço. Se as pessoas ficaram emocionadas em casa com a atuação, considero a missão cumprida”, finaliza.

A prova de 20km da marcha atlética contou ainda com a participação de mais dois brasileiros. José Alessandro abandonou o percurso e Moacir Zimmermann terminou na última colocação.

Divulgação

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