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sábado, 20 de abril de 2024

Mulheres Guerreiras do Campo

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06/10/2015 18h08 – Atualizado em 06/10/2015 18h08

Por R. Ney Magalhães

Ao ler a entrevista de Roseli Ruiz, uma guerreira e valente Mulher do Campo, Presidente do Sindicato Rural de Antonio João/MS fiquei emocionado, revoltado e extremamente desiludido em minha fé e crença nos propósitos religiosos e pátrios com que fui criado. Através das esclarecedoras palavras dessa líder ruralista- adrenalina pura- questionada pelo site “brasil.elpais.com” e publicada em 09/09/2015 no JORNAL REGIONAL editado em Ponta Porã comprova-se a maléfica ação de Entidades estrangeiras aliadas a maus brasileiros que tentam desestabilizar o “direito de propriedade”, e por conseqüência fraudar a Constituição Nacional, implantando aqui o socialismo improdutivo do regime comunista.

Roseli Ruiz é esposa do produtor rural Pio Queiroz Silva, filho do meu saudoso amigo e companheiro ruralista Pio Silva, tropeiro que lá por meados do século passado ainda na minha adolescência conheci como “o mineiro vendedor de Tourinhos Gyr”, conduzindo esses Reprodutores desde o Triangulo Mineiro e também do Sul de Minas até o Sul de Mato Grosso ainda uno. Aqui na Região de Fronteira ele trocava aqueles animais de Raça por “torítos” como era chamada a produção de garrotinhos sobreano e por “vacas boiadeiras” as matrizes de descarte. Como “boiadeiro”, montado no lombo de burro conduzia estes animais até as margens do Paranazão onde os negociava com “invernistas” paulistas do Estado de São Paulo.

Nessas andanças pela fronteira, ainda naqueles anos longínquos conseguiu encontrar e comprar um pedaço de chão para firmar raízes nesta fralda da Serra de Maracajú, Cordilheira de Amambay que com topografía dobrada e montanhosa não muito ao gosto dos colonizadores gaúchos, que a pedido do Governo Federal naqueles tempos aqui aportavam para colonizar, fixar e consolidar as Fronteiras recém demarcadas pós-guerra. O colonizador boiadeiro Pio Silva sentia-se seguro e realizado concretizando seu sonho patriótico de produzir alimentos e ao mesmo tempo exercer a função cívica de “sentinela” da Pátria, patrimônio e ensinamentos que legou para sua família agora atacada.

Este Pioneiro acompanhou assim o surgimento da Colônia Penzo, hoje Município de Antonio João, nome que homenageia o heróico Tenente que em um episódio da Guerra do Paraguay derramou seu sangue em defesa da Pátria, assim como agora os novos colonos guardiões daquelas fronteiras continuam vertendo o suor de seu trabalho diário e com noites mal dormidas pelas preocupações com a falta de segurança jurídica de suas propriedades e falta de segurança pessoal para si e sua família bem como para com seus funcionários, temendo desarmados, serem atacados a qualquer momento por hordas de guerrilheiros estrangeiros, acoitados nas linhas de fronteira por maus brasileiros mancomunados com ONGs que vem alarmando aquela região. Comentários alertam sobre a presença de elementos do EPP – Exercito do Povo Paraguayo, um movimento para-militar executor de ataques e seqüestros em Fazendas naquele norte do País vizinho. Tornou-se rotina o ataque do EPP também aos Postos de Policia do Interior do Paraguay. O ABC Color um grande Jornal de Asunción noticía periodicamente os ataques com morte de Policiais e queima das Comissarías. As reportagens afirmam também que o EPP é treinado e financiado pelas FARC colombianas, ligadas ao narcotráfico. No norte paraguayo é comum se observar barricadas com sacas de areia protegendo os Postos Fiscais e Policiais, nas margens das Rodovias e nos entroncamentos rodoviários. Guerrilha declarada em franca atividade por toda a extensão da faixa de fronteira com o MS.

Neste clima de insegurança os produtores rurais tanto paraguayos do lado de lá como os brasileiros do lado de cá vivem em constante tensão.

Assim, a família do pioneiro Pio Silva teve sua Fazenda invadida diversas vezes por indígenas que não são desta região e sim supostamente estrangeiros. E por outro lado os poucos indígenas brasileiros, remanescentes da vizinha zona do Campestre, Sem uma tutela adequada da FUNAI sofrem as conseqüências do abandono governamental.

Nos últimos dias as invasões de indígenas em diversas Fazendas, expulsando de suas casas as famílias dos proprietários e de seus funcionários provocaram uma onda de revolta nos cidadãos do Município de Antonio João.

Em reunião no Sindicato Rural com a presença de Parlamentares Federais do MS centenas de membros ecléticos daquela sociedade, comerciantes, ruralistas etc. a Presidente Roselí Ruiz descreveu os horrores dos ataques sofridos pelas famílias durante as invasões.

Ao ouvir um politico discursar, pedindo calma e paciência no aguardo de uma decisão do Governo Federal, esta “mulher guerreira do campo” sufocada pela indefinição e indecisão daquele representante do povo deu um “basta” na Reunião. Comunicou aos presentes que estava retornando para seu lar, para a sua casa invadida a qual iria naquele momento retomar “na marra”. Grande parte da população presente acompanhou a guerreira que ao chegar diante dos invasores assustados com a presença da multidão revoltada, entre tapas e empurrões abandonaram o local. O Jornal Regional publicou a Manchete: “AGORA SÓ SAIO DE CASA ALGEMADA OU MORTA”.

Alguns dias atrás o Ministro da Justiça em reunião na Assembléia Legislativa ao ser questionado por uma produtora Rural há mais de um ano também expulsa de seu lar por invasores índios, foi grosseiro, prepotente e no mínimo truculento, despreparado e mal educado ao mandar que ela se calasse sob pena dele encerrar o dialogo e se retirar. Diante desse quadro de desesperança com os atuais Governantes, outra Mulher Guerreira do Campo, a Deputada Estadual Mara Caseiro parte agora para o ataque contra os possíveis mentores desta Questão Fundiária que abala a Economia e o Desenvolvimento do MS, em busca de assinaturas dos demais Deputados Estaduais a fim de criar uma CPI para esclarecer a participação do CIMI – Conselho Indigenista Missionário chamado de braço da Igreja Católica, sempre citado como incentivador desses episódios impatrióticos. Que DEUS proteja estas Mulheres Guerreiras.

O autor é Produtor Rural em Amambai-80 anos. Co-Fundador da FAMASUL e Ex.Presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã

Mulheres Guerreiras do Campo

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