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terça-feira, 23 de abril de 2024

Pessoas, sonhos e cultura

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24/10/2014 08h32 – Atualizado em 24/10/2014 08h32

Por Ruy Chaves

Antes de ser admitida em uma empresa, a pessoa deveria responder a três perguntas básicas: Qual o seu sonho? Que você pretende fazer para realizar o seu sonho? Como você vai integrar-se ao sonho de sua empresa? Porque as pessoas e as empresas precisam perseguir suas utopias, os seus sonhos maiores, sonhando juntas.

Fazer com simplicidade o que é simples é sabedoria. Transformar o complexo em simples é imensa sabedoria. Disse o Barão de Itararé, em suas Máximas e Mínimas, que “tudo seria fácil se não fossem as dificuldades”. E as dificuldades chegam sempre em maior escala de velocidade e em especiais níveis de complexidade. Muitas pessoas e empresas se deixam conduzir por caminhos que levam a parte alguma e transformam o simples em complexo e o complexo em algo absolutamente insolúvel, assustando-se com suas próprias sombras, tropeçando em grãos de areia e incorporando-se à sociedade do excesso: excesso de pessoas e de organizações que pensam e que agem de formas similares, ao sabor dos ventos e das chuvas. Fazer apenas o que todos fazem da forma como todos fazem é ser parte da sociedade do excesso, é viver assombrado sempre sob altos riscos de rejeição.

Ter sempre objetivos que substituam as conquistas do passado é decisivo para novas conquistas. Afinal, após chegarmos ao alto da montanha, mais alta temos que voar. Permanecer é retroceder. Retroceder é… o início do fim, rolando montanha abaixo. Tomar o poder não é o problema, mantê-lo, sim, ensinou-nos Maquiavel.

A gestão empresarial é filosofia, arte, atitude e técnica. Como posicionar a empresa à frente do universo de seus negócios, em tempos sob velocidade de mudanças, dominando as leis da natureza e do mercado? Nadar a favor da correnteza quase todos conseguem, alguns se afogam. Poucos são capazes de nadar contra a correnteza. Quem é capaz de subir a cachoeira nadando? Os que conseguem voar, depois de chegarem ao alto da montanha mais alta.

Então, é imprescindível transformar potência em poder, ousando e inovando sempre. O planejamento estratégico orientando a visão de mundo e de futuro e fortalecendo os diferenciais competitivos da empresa. Saber para ser, para transformar. Saber fazer. Ser senhor de seu destino e não escravo de suas circunstâncias. Ser outro a cada dia, fazendo sempre mais e muito melhor.

Filosofia e cultura: temos que ser capazes de ser o que somos capazes de dizer. A filosofia é a ordem de dizer; a cultura, a ordem de ser. O exemplo não é a melhor maneira de se mostrar as coisas: é a única. A cultura é tudo. Ela cria na empresa o ambiente virtuoso em que pessoas podem sonhar juntas, unindo suas visões de mundo e de futuro, habilidades e competências em sistema integrado de papéis de alta complexidade, todos olhando para a mesma direção buscando consolidar-se em alma única, em corpo único.
Diz Jim Collins, prefaciando o livro Sonho Grande, que “é a cultura que permite a uma grande empresa a sua perpetuação, valoriza o desempenho, não o status; a realização, não a idade; a contribuição, não o cargo; o talento, não as credenciais”.

Para o mago Raul Seixas, o sonho que se sonha sozinho é só um sonho que se sonha sozinho. Quem não sonha realizar não é capaz de mover o mundo porque é incapaz de se mover. E com Sócrates aprendemos que o ideal é um modelo que devemos buscar permanentemente, ainda que conscientes de que jamais o realizaremos em sua plenitude.

Liderar é servir, é conduzir processos de mudanças harmonizando pessoas, sonhos e cultura, é formar times e consolidar lideranças, é levar pessoas a conquistas que não conseguiriam sozinhas. É levá-las ao lugar mais alto da montanha mais alta e vê-las voar cada vez mais alto. Para tanto, é imprescindível nunca esquecer: as pessoas não são o maior patrimônio das organizações, elas são as próprias organizações que, a partir da soma de suas competências, conseguem realizar sua missão, visão e valores.

Sua empresa administra a relação pessoas, sonhos e cultura perseguindo suas utopias? Você é líder?

() *Ruy Chaves é diretor da Estácio e membro do Corpo de Conselheiros da Escola Superior de Guerra.

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