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terça-feira, 23 de abril de 2024

A Cidade que eu quero…

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31/08/2015 07h33 – Atualizado em 31/08/2015 07h33

Conversa nada fiada

A Cidade que eu quero…

Por Odil Puques

A cidade que eu quero teria mais divertimento e menos mantimentos. Nem precisaria ser aquilo que é do meu gostar nem Belchior, nem Elis, Almir, ou o Ramalho, King Cole, BB King, ou a Legião, Engenheiros, Titãs, também se desprezassem meu chamamé e minha polca e meus nhambus chitãos e os xororós, tampouco me entristeceriam. O que de fato me acabrunha é que não temos nada, absolutamente nada. Penso que além do comer e bebericar como seria de mais valia se pudesse ter a opção de ouvir um cantarolar ao vivo e de quando em vez um monólogo, um drama, uma esquete, stand-up, ou qualquer coisa que o valha. Saudades da Mangueira. Naqueles tempos o Ricardo Reis com sua voz de veludo nos fazia velejar por vários portos de Jessé a Teixerinha. Não é possível que uma cidade da envergadura da nossa não tenha sequer uma opção dessas. Os meninos e meninas se engalfinham nos possantes sons ao som em voga o universitário, ou o funk, ou arrocha. Não discuto gostos, até porque tenho os meus e nem sempre sou compreendido. Os amantes da culinária tem várias opções e de qualidade. Os da bebeção então nem se fale. Tudo bem que o Barril, o Aquarius e a Zoom tiveram seu tempo, fomos felizes enquanto durou, mas acabaram e ficou esse vazio em nossa existência que insiste em não ser preenchido. Daria lucro? Os empresários da noite que me perdoem a insolência, mas se ninguém o faz, não existe um mercado aberto, ou pelo menos um nicho a ser explorado? Não posso passar o resto da minha existência e o farei por aqui adstrito ao futebol de quarta e espasmos de quando consigo reunir meia dúzia em convescotes particulares. A gente não quer só comida, quer comida, diversão e arte, cantam os Titãs. A música é lenitivo da alma, uma casa sem música é um corpo sem alma, dizia um locutor de rádio com quem trabalhei nos idos de 90 em Campo Grande. Fica então meu singelo apelo que algum incauto se apiede de nós e se proponha a montar um palco, uns poucos instrumentos e algum talento. Proponho-me a frequentá-lo.

O autor é advogado e escreve semanalmente nesta coluna.

A Cidade que eu quero…

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