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sexta-feira, 29 de março de 2024

Com aumento da produção e fartura sem precedentes, mundo é inundado pelo açúcar

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28/03/2015 09h21 – Atualizado em 28/03/2015 09h21

Fonte: Revista Canavieiros

Enquanto a safra da cana cresce na Índia e na Tailândia, os agricultores do Brasil, maior produtor do mundo, estão acelerando as exportações para tirar vantagem da queda na taxa de câmbio, que inchou suas margens de lucro. E a colheita no país, que havia sido prejudicada pela seca do ano passado, se recuperou com a chegada da chuva. A produção global deverá exceder a demanda pelo quinto ano seguido, provocando o acúmulo dos maiores estoques da história, disse a Organização Internacional do Açúcar.

Todo esse açúcar indica que os preços internacionais, que acumulam uma baixa de 50 por cento nos últimos três anos, poderão cair ainda mais, reduzindo os custos para compradores como a Krispy Kreme Donuts Inc. e a Mondelez International Inc., fabricante dos chocolates Cadbury e da bolacha Oreo. Os contratos futuros do açúcar em Nova York provavelmente terão um declínio de 5,4 por cento até julho, para 12,02 centavos a libra-peso, nível mais baixo desde janeiro de 2009, segundo uma pesquisa da Bloomberg com nove analistas.

“Os dados econômicos são absolutamente baixistas”, disse Donald Selkin, que ajuda a gerenciar cerca de US$ 3 bilhões em ativos como estrategista-chefe de mercado da National Securities Corp. em Nova York. “As ofertas são muito extensivas. A boa temporada de cultivo e a desvalorização do real também estão tornando as exportações do país mais atrativas”.

O açúcar bruto para entrega em maio despencou 12 por cento no ano até a última segunda-feira, para 12,71 centavos, na ICE Futures U.S., em Nova York. É um dos maiores declínios observados entre as 22 matérias-primas monitoradas pelo Bloomberg Commodity Index, que caiu 7,2 por cento. O MSCI All-Country World Index de ações subiu 1,2 por cento, enquanto o Bloomberg Dollar Spot Index teve um incremento de 7,4 por cento.

Colheita da Índia

A produção global no ano que terminará em 30 de setembro excederá a demanda em 620.000 toneladas, deixando estoques recordes de 79,89 milhões de toneladas, ou quase o suficiente para abastecer os sete países que mais consomem a matéria-prima, segundo dados da organização açucareira com sede em Londres. A Índia, segunda maior produtora do mundo, terá a maior colheita em três anos, de 26 milhões de toneladas, segundo uma pesquisa da Bloomberg. Uma associação tailandesa do setor estimou que a produção de cana subiu 6,1 por cento nesta safra.

No Brasil, que fornece um quinto do açúcar do mundo, o incentivo para uma venda maior no exterior aumentou nos últimos meses, pois os déficits orçamentários e a economia estagnada fizeram com que o real atingisse o nível mais baixo em quase 11 anos em relação ao dólar. Na semana que terminou em 11 de março, as cargas domésticas à espera de serem embarcadas deram um salto de 33 por cento em relação à semana anterior, segundo a Williams Serviços Marítimos Ltda., com sede em Recife, Brasil.

“Com o real em queda, é difícil aplicar um piso aos preços”, disse Claudiu Covrig, analista agrícola sênior da empresa de pesquisas sobre o açúcar Kingsman SA, em Lausanne, Suíça.

Álcool na gasolina

O governo do Brasil, onde metade da safra de cana é usada para produção de etanol para os carros, ordenou o aumento da mistura do álcool na gasolina, deixando menos cana para a fabricação de açúcar. Os veículos precisam usar gasolina com 27 por cento de etanol, em vez dos 25 por cento de antes, disse o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, no dia 4 de março.

O Centro-Sul do Brasil, principal região produtora do país, poderá esmagar até 585 milhões de toneladas de cana no ano que começa no dia 1º de abril, 2,6 por cento a mais que no ano anterior, disse a consultoria do setor JOB Economia e Planejamento. A Agroconsult, que tem sede em Florianópolis, Brasil, projeta um esmagamento ainda maior da cana.

Colheita no país, que havia sido prejudicada pela seca do ano passado, se recuperou com a chegada da chuva e produtores estão acelerando as exportações para tirar vantagem da queda na taxa de câmbio / Foto: Divulgação

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