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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Entidades repudiam ataques a templos de religiões africanas

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28/11/2015 20h44 – Atualizado em 28/11/2015 20h44

Fonte: ABr

Entidades que representam a cultura afro-brasileira fizeram neste sábado (28) no Distrito Federal um ato religioso para repudiar os recentes ataques a terreiros de candomblé em Brasília e nas cidades localizadas no entorno da capital federal. O mais recente deles ocorreu na madrugada da última quinta-feira (26) no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá, no Paranoá (DF). O fogo destruiu o barracão onde os membros do terreiro Axé Oyá Bagan se reúnem, mas ninguém ficou ferido. Os crimes são investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.

Em meio a pedaços de madeira queimada e instrumentos musicais destruídos, os membros do terreiro se reuniram para afirmar não vão tolerar os atos de vandalismo. Em três meses, este foi quinto ataque a templos religiões africanas no Distrito Federal e no entorno. Também participaram do ato representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF (OAB-DF) e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Para o ouvidor da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência da República, Carlos Alberto de Souza, os templos ligados à religiões africanas da capital federal tem sido alvos frequente de vandalismo. Para o ouvidor, esse tipo de crime não pode ser considerado somente como dano patrimonial, porque, além dos danos nas instalações físicas, todos os objetos ligados à religiosidade são destruídos.

“Nosso país é laico. Não pode interferir nas religiões, mas também não pode embaraçá-las. É importante que o Estado olhe para isso, sobretudo com politicas públicas para a comunidade, porque aqui tem ancestralidade sendo posta, não é somente uma questão de religião. Tem uma cultura que deve ser preservada e não pode alvo de violência. É algo assustador e a gente precisa reagir”, disse.

Na avaliação da presidenta da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu, o está em discussão não são somente os atos de violência, mas a negação pela sociedade de um patrimônio ancestral do Brasil.

“A gente entende que é um movimento recorrente. O Estado brasileiro e o governo têm que tomar uma atitude. Qualquer religião brasileira tem direito de ser resguardada pela segurança nacional, e o terreiro também tem que ser. A gente vem aqui para reafirmar a importância de reconhecer esta religião como outra qualquer”, disse a presidenta.

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) registrou 462 casos de intolerância religiosa contra pessoas ligadas à religiões africanas entre 2011 e 2014, por meio do serviço telefônico Disque 100. Para entrar em contato com a central de atendimento e denunciar violações de direitos humanos basta ligar gratuitamente para o número 100.

O Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do MP do DF abriu processo administrativo para apuração do incêndio no terreiro de Ylê Axé Oyá Bagan, dirigido por Mãe Baiana Foto: Valter Campanato

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