22/06/2017 10h48
Nova publicação do Unicef, “nenhum lugar para ir”, alerta que menores estão presos em ciclos de violência e pobreza; em menos de dois meses, pelo menos 23 crianças foram mortas no oeste de Mossul.
Fonte: Rádio ONU
Três anos após a intensificação da violência no Iraque, crianças estão presas em um “ciclo sem fim de violência e pobreza crescente”, de acordo com o relatório “Nenhum lugar para ir”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
Mais de 5 milhões de crianças iraquianas precisam de assistência humanitária urgente. O representante da agência da ONU no Iraque, Peter Hawkins, afirmou que menores foram “mortos, feridos, sequestrados e forçados a atirar e matar em uma das guerras mais brutais da história recente”.
Mossul
O Unicef alertou que no oeste de Mossul, crianças estão sendo alvos deliberados e sendo mortas para punir famílias e evitar que elas fujam da violência.
Em menos de dois meses, pelo menos 23 menores foram mortos e 123 feridos apenas nesta parte da cidade.
Números
Segundo a agência, desde 2014, 1.074 crianças foram mortas no Iraque e 1.130 mutiladas e feridas. Mais de 4,6 mil menores foram separados de suas famílias.
Neste período, houve 138 ataques a escolas e 58 ações contra hospitais. Mais de 3 milhões de crianças não vão à escola de forma regular e 1,2 milhão estão fora das salas de aula.
O Unicef ressaltou que por cerca de quatro décadas, o Iraque enfrentou violência, guerra, sanções e instabilidade. No entanto, apenas nos últimos três anos o conflito deslocou três milhões de pessoas, metade delas crianças.
Muitas partes do país se transformaram em zonas de guerra e infraestrutura civil foi gravemente danificada ou destruída. Atualmente, metade de todas as escolas precisam de reparos.
Apelo
O Unicef continua respondendo às necessidades crescentes de crianças e suas famílias.
Sem fim à vista para a violência em curso, a agência apela para que todos os menores afetados pela crise, não importa onde estejam, tenham acesso à assistência humanitária e serviços básicos.
O Unicef também pediu liberdade de movimento a todas as famílias que queiram fugir em busca de segurança ou retornar a suas casas.
Entre os pedidos da agência está também apelos pelo fim imediato do conflito, de ataques a infraestrutura civil e de todas as graves violações contra crianças.