27/04/2015 15h34 – Atualizado em 27/04/2015 15h34
Fonte: Rádio ONU
Um relatório da ONU Mulheres, lançado nesta segunda-feira, reúne direitos humanos e a elaboração de políticas econômicas para pedir mudanças na agenda política global.
O objetivo é transformar economias e tornar os direitos das mulheres, e a igualdade, uma realidade.
Benefícios para Todos
O documento “Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformando Economias e Realizando Direitos” defende que o progresso para as mulheres é progresso para todos.
Segundo a publicação, a proposta de agenda econômica alternativa não só criaria sociedades mais justas, como também novos setores de emprego, por exemplo na economia de cuidados, e traria benefícios também para homens.
O relatório está sendo publicado no momento em que a comunidade internacional se reúne para definir uma nova agenda de desenvolvimento sustentável.
Conferência de Pequim
Há 20 anos, a conferência de Pequim, criou uma agenda ambiciosa para em prol da igualdade de gênero.
Desde então, avanços significativos foram feitos. No entanto, o documento mostra que milhões de mulheres ainda trabalham em empregos de baixa qualidade e remuneração, e não têm acesso a cuidados básicos de saúde, água limpa e saneamento.
Em todo o mundo, apenas metade das mulheres participa do mercado de trabalho, em comparação a três quartos dos homens.
Em regiões em desenvolvimento, até 95% do emprego das mulheres é informal. Elas também ainda “carregam o fardo de trabalho de assistência não remunerado”.
Brasil
O Brasil é citado diversas vezes no relatório da agência da ONU. O programa de inclusão social Chapéu de Palha Mulher, do estado de Pernambuco, é mencionado como história de mudança. Os programas Bolsa Família e Fome Zero também são referidos.
Segundo o relatório, em 2013, no Brasil, 4,5% dos homens estavam desempregados contra 7,8% das mulheres. No mesmo ano, 59,4% das mulheres participavam da força de trabalho, contra 80,8% dos homens.
Recomendações
O relatório fornece recomendações para ações que governos e outros atores podem realizar na direção de uma economia que funcione para as mulheres e beficie a todos.
O documento apresenta uma visão econômica global onde as mulheres tenham acesso igual a recursos produtivos, proteção social e renda suficiente para um padrão de vida adequado.
Disparidades
A publicação revela que em todo mundo, em média, as mulheres recebem 24% menos que os homens. As lacunas para mulheres com filhos são ainda maiores.
Na França e na Suécia, ao longo de sua vida, uma mulher, em média, pode esperar receber 31% menos que os homens. Estes números chegam 49% na Alemanha e 75% na Turquia, por exemplo.
Cerca de 83% dos trabalhadores domésticos em todo o mundo são mulheres e quase metade não tem direito ao salário mínimo. O relatório também menciona dados sobre assédio sexual.
Direitos
O estudo destaca que políticas macroeconômicas podem e devem apoiar os direitos das mulheres, criando economias dinâmicas e estáveis e gerando empregos decentes.
O documento defende que os governos devem ir além das métricas de crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, e inflação baixa além de medir sucesso em termos de realização dos direitos humanos.