03/01/2018 08h19
Agência da ONU conclui que plataformas não causam comportamentos violentos, mas sim facilitam processos de radicalização; extremistas utilizam internet para divulgar conteúdo e manter contato com público jovem.
Fonte: Rádio ONU
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, concluiu que extremistas violentos utilizam a internet para atrair pessoas, divulgar conteúdo e manter um diálogo com jovens.
De acordo com a agência, a internet e as redes sociais não iniciam comportamentos violentos, mas “facilitam processos de radicalização”. A meta do estudo era responder a pergunta: “A mídia social leva indivíduos vulneráveis a recorrer à violência?”.
Fatores sociais
Os autores do estudo concluíram que a radicalização violenta deve ser vista no contexto de outras plataformas de comunicação e de fatores sociais, incluindo motivos políticos, sociais, culturais, econômicos e psicológicos.
A Unesco avaliou mais de 550 estudos em árabe, inglês e francês sobre extremismo violento nas redes sociais. A agência concluiu também que essas plataformas são utilizadas para causar medo entre os internautas e polarizar sociedades.
Mídia
Tentativas de combater o uso das redes sociais não são eficazes, de acordo com a Unesco, e podem “prejudicar as liberdades de informação e de expressão, a privacidade e o direito à associação”.
Os autores do estudo recomendam que os governos reconheçam o papel das mulheres como atores e alvo da radicalização online. Outra recomendação é para que redes de notícias evitem divulgar “estereótipos, notícias falsas e a criação de ‘pânicos da mídia’, além de ressaltarem a importância da ética face à radicalização de jovens para o extremismo violento”.