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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Zeca denuncia corrupção na Missão Evangélica Caiuá

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20/02/2017 09h14

Fonte: Folha de Dourados

Em nota pública, o deputado federal Zeca do PT afirma que denunciará, em Brasília, a “corrupção instalada na Missão Evangélica Caiuá”, cuja sede é em Dourados e mantida pela Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), e a omissão do Distrito da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) no atendimento às comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul.

A IPB também é mantenedora do combalido Hospital Evangélico de Dourados (HE), que monitorado pelo MPE, respondendo ações na Justiça, atrasando salários de funcionários e não dispondo de medicamentos e material de enfermagem, agoniza. A situação do HE, que foi um dos hospitais referencia de Mato Grosso do Sul chegou a esse ponto por desvio ético de ex-diretores e péssima gestão administrativa e financeira.

A derrocada moral e financeira do Hospital Evangélico impacta numa população de cerca de 800 mil habitantes de 33 municípios da região de Dourados.

Desvendar os mistérios da Missão Evangélica Caiuás tem sido uma das pautas de Zeca desde que assumiu o mandato em Brasília. Mas, as visitas em aldeias de Caarapó e Douradina na sexta-feira (17) provocaram a “nota” divulgada no final de semana.

“Pude constatar a absoluta e total ausência da saúde pública indígena de responsabilidade do Distrito da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da Missão Evangélica Caiuá, que recebe vultosas transferências para executar a saúde indígena nas aldeias”, escreve o deputado.

Por outro lado, o Portal da Transparência informa que durante o ano de 2015 a Missão Caiuá recebeu R$ 433,4 milhões da União. O valor é próximo a tudo o que foi transferido do Governo Federal para o município de Dourados na área da saúde, que soma R$ 514,8 milhões.

No ranking dos recursos transferidos pela união a entidades sem fins lucrativos no país, o volume recebido pela Missão Caiuá só não é maior do que o entregue ao Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). A entidade do Sistema S recebe os recursos para execução do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). Este ano, o Senai recebeu R$ 184 milhões e em todo 2015 o valor de R$ 823 milhões.

No Portal da Transparência estão descritos vários convênios firmados entre a União e a ONG, sendo que possuem como seus objetos a prestação de assistência na área da saúde a comunidades indígenas. Nestes são citados distritos de saúde tanto de Mato Grosso do Sul, quanto de outras localidades do país.

No site da IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil), da qual a entidade faz parte, é descrito que na área da saúde, a instituição mantém o Hospital Maternidade Indígena Porta da Esperança em Dourados, com atendimento exclusivo e gratuito à população indígena, obreiros e funcionários da Missão.

Também cita que “atua nas aldeias da região (Caarapó, Amambai, Taqwapiry, Sassoró, Porto Lindo e Gwassuty, Jacaré, Limão Verde, Campestre, Kokwey, Panambi)” e “junto aos índios Xavantes, no município de Nova Xavantina (MT)”.

Desde 2001, e entidade revela que possui convênio com o governo federal para atender a população indígena.

Leia na íntegra o documento de Zeca do PT:

NOTA PÚBLICA

Nesta última sexta-feira (17) voltei a visitar as comunidades indígenas do nosso Estado, em Caarapó e de Douradina, e nas duas mais uma vez, infelizmente pude constatar a absoluta e total ausência da saúde pública indígena de responsabilidade do Distrito da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da Missão Evangélica Caiuá, que recebe vultuosas transferências para executar a saúde indígenas nas aldeias.

Registrasse, que nos dois últimos anos (2015-2016), a Missão Evangélica Caiuá recebeu de transferências do Ministério da Saúde aproximadamente R$ 100 milhões para cuidar da saúde das comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul.Nesta duas comunidades que estive sexta-feira, como em inúmeras outras que visitei anteriormente, falta de tudo, inclusive medicamentos básicos para atender o nosso indígena. Além de que, nessas comunidades e em outras muitas faltam viatura para levar gestantes ou pessoas que precisam ser transferidas para um centro médico. Por tanto é um ato que eu reputo criminoso por parte da completa ausência do Distrito da Sesai e do desvio do dinheiro público por parte da chamada Missão Evangélica Cauiá.

Quero registrar que a partir de agora, vou intensificar os contatos com Ministério Público Federal (MPF), no sentido de apurar a omissão do Distrito da Sesai e da corrupção instalada na Missão Evangélica Cauiá. Vou tornar público esses desvios por meio da imprensa regional e nacional. E que estarei fazendo essa denúncia na Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Câmara Federal, sobre as precárias condições da saúde indígena no nosso Estado.

Foto: Divulgação

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