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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Senador vai pedir à Receita acesso à lista de envolvidos em escândalo do HSBC

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05/03/2015 14h30 – Atualizado em 05/03/2015 14h30

Randolfe Rodrigues vai pedir à Receita acesso à lista de envolvidos em escândalo do HSBC

Senador do Psol-AP acredita que CPI para investigar o caso deva ser instalada na próxima semana, e cobra resposta urgente sobre envolvidos

Fonte: RBA

São Paulo – Assim que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a participação de brasileiros no escândalo de contas secretas do HSBC for instalada, o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) vai pedir, por requerimento, o acesso à lista de 342 nomes que o jornalista Fernando Rodrigues enviou à Receita Federal.

“Que a Receita Federal informe os nomes que foram fornecidos pelo jornalista, se esses nomes, fornecidos e passados pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), declararam ter contas no exterior entre os anos de 2006 a 2009; espero uma resposta célere e urgente para esse requerimento, que é um primeiro passo importante para iniciarmos uma CPI”, disse à repórter Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

O senador acredita que governo deve solicitar mais informações às autoridades francesas, e não suíças, como afirmou recentemente o ministro da Justiça, Luis Eduardo Cardozo, já que o ex-funcionário do banco que vazou os dados que embasam as investigações é procurado pela justiça suíça, mas a França colabora oficialmente com os esforços das autoridades. “As leis da Suíça favorecem o paraíso fiscal e as irregularidades que o HSBC está promovendo.”

A cobertura que a mídia faz é desproporcional ao tamanho do escândalo, que é gigantesco, reclama Randolfe, e cita a Rede Globo que, segundo ele, deu apenas duas “notas tímidas”, em seus jornais, quando o Ministério Público Federal instaurou procedimento de investigação, e quando a Polícia Federal entrou no caso.

“Para fazer a comparação, o Le Monde Diplomatique destinou 20 páginas, em dois dias. O Financial Time e o Sunday, ingleses, deram matérias de capa. Jornais do mundo inteiro dão destaque para o tamanho do escândalo.”

O senador afirma que o objetivo primeiro da CPI vai ser identificar aqueles que têm conta no exterior e não declararam à Receita Federal e, a partir daí, apurar eventuais crimes: “Toda evasão fiscal, via de regra, vem acompanhada de corrupção e narcotráfico.”

A colaboração de deputados será bem-vinda, afirma o senador, que não descarta a criação de uma CPI mista, mas que preferiu não protelar o pedido de criação da comissão no Senado.

Para o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que também investiga o caso, o senador Randolfe Rodrigues reúne as condições necessárias para dar andamento às apurações do escândalo; Pimenta se coloca à disposição para ajudar.

Sobre a decisão do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, que controla o acesso à lista de envolvidos, de passar a compartilhar esforços também com o jornal O Globo, por sugestão do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, parceiro de primeira hora do Consórcio, o senador diz respeitar e espera uma cobertura não apenas isenta, mas total.

Já para o deputado Paulo Pimenta, quando a investigação é feita parcialmente, é estabelecido um critério de seletividade que compromete a credibilidade dos resultados. “Quando se chega à Receita Federal, ou outro órgão de governo, e se tem 6 mil nomes e oferece-se 342, é evidente que se quer conduzir a investigação em uma determinada direção.”

CPI no Senado para investigar escândalo deve ser instalada na próxima semana / EFE/David G. McIntyre

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