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quinta-feira, 28 de março de 2024

Moção de repúdio

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30/04/2019 13h16

Moção de repúdio à violência militar no ambiente escolar

Fonte: Fetems

No último dia 26 de abril, uma das escolas do Distrito Federal que contam agora com o que estão chamando de “gestão compartilhada” entre a Secretaria de Educação e a Secretaria de Segurança Pública, o Centro Educacional 7, em Ceilândia, viveu momento de terror. Para apartar uma briga entre estudantes, policiais militares abusaram da força física e, em vídeo que ganhou repercussão massiva na Internet, indignou a todos que acreditam que uma boa educação não pode nunca prescindir de diálogo.

A escola em questão foi militarizada juntamente com outras 3 unidades escolares no Distrito Federal. E a promessa do atual governador, que instituiu esse projeto sem nenhum diálogo com a comunidade escolar, e que que sequer constava de sua plataforma eleitoral, é ampliar essa gestão militar para um conjunto de 36 escolas ainda este ano.

O desafio do problema da segurança escolar, como a CNTE insiste em advertir já há algum tempo, reflete o problema de segurança geral a que a própria sociedade está envolvida. Não vamos alcançar a paz nas escolas se os seus arredores não alcançarem a diminuição dos índices de violência. Os estudantes com histórico de violência não deixarão de ser violentos simplesmente quando, em um passo de mágica, adentrarem para o interior das escolas. Da mesma forma, a dificuldade de aprendizagem de muitos de nossos estudantes não desaparecerá com os gritos e xingamentos proferidos contra os estudantes pelos policiais militares na escola, como foi relatado hoje por estudantes e professores da unidade, em audiência pública realizada no início da tarde hoje pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, que prometeu acionar o Ministério Público para investigar o caso.

A educação, como bem sabemos, é uma atividade que requer e exige paciência e diálogo. Exige também acolhimento por parte da equipe pedagógica da escola, o que não está acontecendo na referida unidade escolar, segundo ainda relatos colhidos hoje na supracitada audiência da Comissão de Direitos Humanos. Ao contrário, os policiais militares que estão na escola, e não contam com a formação e preparação específicas para lidar com casos de conflito escolar, sugerem aos estudantes ditos “problemáticos” que se retirem da escola. Como se estivessem em um filme, se viram para os estudantes e pedem para eles saírem da escola, se incomodados estiverem. É claro que essa não é a postura adequada para casos dessa natureza.

Esse quadro gera enorme desconforto na comunidade escolar e indigna a todos que confiaram a educação de seus filhos a uma instituição educacional. Escola não é quartel! A disciplina militar não serve à educação laica e republicana que ousamos construir no Brasil há, pelo menos, desde a Constituição de 1988, quando um rico debate foi travado por especialistas da área, como educadores, pedagogos, psicólogos e muitos outros.

Os/as educadores/as brasileiros/as, diante de tão estarrecedor fato, repudiam a violência aplicada contra estudantes, dentro de suas escolas, que deviam ser espaços de acolhimento. Repudiamos que questões de disciplina escolar sejam enfrentadas com violência, deixando marcas indeléveis em nossas crianças e jovens. Acompanharemos de perto os desdobramentos desse fato, que nos entristeceu e indignou a todos/as.

Moção de repúdio

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