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terça-feira, 23 de abril de 2024

Cuidados no período de parição previnem perdas para criadores caprinos e ovinos

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16/05/2019 15h17

Cuidados básicos no período de parição previnem perdas econômicas para criadores de caprinos e ovinos

Fonte: Embrapa

A sobrevivência das crias do nascimento ao desmame tem grande impacto econômico nos sistemas de produção de caprinos e ovinos. Por isso, os especialistas recomendam alguns manejos específicos para as fêmeas prenhes e suas crias durante esse período. As práticas realizadas, principalmente a partir do terço final da gestação, aumentam o índice de sobrevivência das crias. São cuidados simples, relacionados à saúde e à nutrição, que podem assegurar um maior peso dos animais ao nascer e um colostro de melhor qualidade, além da sobrevivência do filhote.

No terço final da gestação, as fêmeas devem ser separadas em um lote distinto a fim de receberem uma dieta adequada com pastagem de qualidade e suplementação alimentar. “Todos os manejos sanitários necessários devem ocorrer, de preferência, até o meio da gestação para evitar estresse, que pode vir a ocasionar abortos”, alerta o médico-veterinário da Embrapa Caprinos e Ovinos, Alexandre Monteiro.

No mês final da gestação, as fêmeas prenhes devem ser mantidas próximas ao local de manejo para facilitar a observação do inicio do parto. O local do parto deve ser protegido, aquecido e aconchegante para os animais. Monteiro alerta que, no momento do parto é importante “deixar a natureza seguir seu curso, sem intervenções”. Caso seja necessário algum procedimento durante o parto, somente um médico-veterinário poderá fazê-lo. Em rebanhos com a presença de doenças, o criador deve ter um banco de colostro que deve ser aquecido a 54°C por 30 minutos, antes de ser oferecido às crias.

O instinto de lamber as crias tem a função reconhecimento materno e de limpar, aquecer e ativar a circulação sanguínea e a respiração, além de ajudar a busca pelos tetos da mãe. Como os recém-nascidos ainda não têm capacidade de regular a temperatura corporal, caso sejam separados dela, recomenda-se usar aquecimento artificial com lâmpadas incandescente ou campânulas, por exemplo.

Outra medida importante é o acompanhamento zootécnico do animal desde o nascimento, assim, logo após a primeira mamada (colostro) ele precisa ser pesado e identificado com um número, pode-se usar brinco numerado ou colar com placa.

Normalmente, o cordão umbilical se rompe sozinho. É necessário fazer a desinfecção do coto umbilical mergulhando-o em uma solução de tintura de iodo a 10%. O procedimento deve ser feito por, pelo menos, três dias seguidos para que ocorra a correta cicatrização. Posteriormente, o coto deverá cair naturalmente.
Nas primeiras 72 horas, as crias devem permanecer com as mães em local seco, arejado e sombreado. Somente após os primeiros 20 dias de vida, elas podem acompanha-la no pasto porque já estarão mais fortes para enfrentar possíveis perigos no campo. “Uma forma de avaliar isso é colocar uma tábua a 60 cm de altura na entrada do curral, se o cabrito ou cordeiro conseguir saltar, já pode ir para o campo pois estará menos suscetível a predadores”, explica Alexandre Monteiro.

Alimentação especial para as criasA partir da segunda semana de vida, as crias podem receber uma alimentação diferenciada para ajudar na fase de aleitamento, em local separado das matrizes e demais animais. O creep-feeding, como é chamado, consiste no fornecimento de concentrado com 18% de proteína bruta e 75% de nutrientes digestíveis totais. Podem ser utilizados milho, farelo de soja, fenos de tifton, cunhã ou capim-elefante picados. O uso do melaço pode estimular o consumo. Essa prática ajuda a reduzir o período de aleitamento ou aumentar o peso corporal ao desmame.

“O desmame pode ocorrer por dois critérios, idade e peso vivo (kg). Se levarmos em consideração a idade, nos caprinos este manejo poderá ocorre a partir de 56 dias de vida, já nos ovinos isto pode ocorre com 42 dias (desmame precoce) ou 120 dias (desmame tardio). Quanto ao critério peso, em caprinos deve-se considerar entre 2,5 e 3 vezes o valor do peso ao nascer e em ovinos os cordeiros devem pesar entre 15 a 20 Kg para serem desmamados”, explica Monteiro.
As crias devem ser separadas por sexo entre 90 e 120 dias de vida, para evitar coberturas indesejáveis. Entre quatro e seis meses de idade, os animais já entram na categoria de recria, que exige outros cuidados.

Cuidados no período de parição previnem perdas para criadores caprinos e ovinos

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