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quinta-feira, 28 de março de 2024

Encantamentos e esperanças

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01/02/2017 09h57

Crônicas de uma Alma Solta

Por Luiz Peixoto

“A arte existe para que a realidade não nos destrua”
(Friedrich Nietzsche)

Uma das minhas maiores frustrações na infância foi a incapacidade nata para as artes.

Sempre fui fascinado por música, mas não sei cantar e nunca consegui aprender nenhum instrumento. Me tornei um ouvinte. Passo horas ouvindo músicas, de quase todos os tipos, e me deliciando com a forma como os letristas e compositores conseguem elaborar essa arte. Encantamento total.

Sou encantado com a pintura, o uso das cores, o jogo de sombra e luz, a monocromia, a composição, são coisas fascinantes. Nunca consegui desenhar nada, nem arte abstrata. Não tenho esse talento. Virei um apreciador. Passei horas apreciando Guernica, encantando com Pablo Picasso. Passei mais de um dia de cabeça para cima olhando o teto da Capela Cistina embebecido pelo abuso de Michelangelo. E tantas outras experiências.

Quando ando na rua, observo muito mais as paisagens que as pessoas. Fico, até hoje, encantado com o pôr-do-sol de Amambai, com as cores e formato das flores que existem na cidade, com o contraste entre o lixo deixado na rua, principalmente lata e embalagem de cervejas consumidas na noite, e a beleza da nossa praça central…. Aprendi a apreciar e me encantar com a fotografia. Tenho me dedicado a aprender a fotografar. Tenho muito ainda a caminhar nessa área, mas estou tentando.

Essa semana levei minha mãe ao posto de saúde, na Vila Doriana. Confesso que fiquei encantando com a comunidade, todo mundo se conhece e a conversa na sala de espera foi quase uma festa. Fiquei também encantando com o atendimento, pessoas gentis e atenciosas, e o médico chegou pontualmente as 13h. Depois de tudo o que passei em 2016 lidando com saúde e me estressando com alguns descasos que vivi, essa experiência me deu uma certa esperança que coisas boas ainda acontecem.

Nesse mesmo posto, vi alguns problemas com goteira e infiltrações. Fiquei de novo encantado com a pronta resposta do secretário de saúde de que o problema já está sendo sanado. Mais um motivo de esperança.

Para que a esperança continue, basta que sigamos nos encantando…

Descobri que manter a esperança é uma arte. Não me sinto mais tão incapaz assim nas artes, pelo menos não nas artes da vida.

Sigamos!

O autor é filósofo e escreve semanalmente nesta coluna

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