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sexta-feira, 29 de março de 2024

Os bancos da praça

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16/01/2017 07h45

Conversa nada fiada

Por Odil Puques

Alvissareira a notícia que o prefeito de Amambai, Edinaldo Luiz de Melo Bandeira, ou o Dr. Bandeira, como gosta de ser chamado, irá mandar reconstruir todos os bancos da praça Coronel Valêncio de Brum. Praça sempre significou o local para onde vão todos: famílias, jovens, crianças, arruaceiros, bebuns e outros mais. É um espaço democrático, porque público. “A praça, é do Povo! Como o céu é do Condor! É antro onde a liberdade cria a águia ao seu calor!”, nas palavras do poeta baiano Castro Alves.

Em Amambai tínhamos uma linda praça. Considerada cartão postal do município e uma das mais belas do estado, foi palco de encontros, manifestos, protestos, saraus e tudo mais que tinha que ser. Além, das flores, árvores, traçados e o busto do homenageado haviam por lá vários bancos cujos encostos traziam a nomenclatura de comércios e seus respectivos proprietários. Em meados de 2012, o então alcaide apresentou um projeto de revitalização da Praça Coronel Valêncio de Brum, com ares de modernidade ao custo de um milhão de reais e como moderna seria, o projeto não comportaria mais os bancos que representavam o passado.

Ah, o passado. Mal sabia o mandatário de então que naqueles encostos estavam encravadas as nossas histórias, memórias, homenagem aos desbravadores e colonizadores dessa terra. Só para exemplificar: Naman Abdalla Salman, era um mascate árabe oriundo da região da Palestina, fixou residência em Amambai na década de 50. Comerciante, pecuarista, casou-se com Edelmira Rodrigues. Era proprietário da Casa da Paz, Naman Abdalla.

Casa Quinho, de Jaleil Zain, um comerciante descendente de árabe e libanês, também exerceu suas atividades em Coronel Sapucaia, à época Antônio João. Foi dirigente político, chefe da Ciretran, exerceu vários cargos na Secretaria de Segurança Pública do Estado, como Delegado de Polícia. Seu comércio localizava-se em frente à Praça Valencio de Brum, onde hoje funciona o entreposto de venda de passagens do Expresso Queiróz.

Já a Casa Manvailler, pertenceu a Aildo Serejo Manvailler, que era também chamado de “Alemão” e o seu comércio localizava-se onde hoje funciona a Denny Confecções, neto de Pedro Manvailler, era conhecido pelo fino trato e honestidade.

Já a Casa Manvailler, pertenceu a Aildo Serejo Manvailler, que era também chamado de “Alemão” e o seu comércio localizava-se onde hoje funciona a Denny Confecções, neto de Pedro Manvailler, era conhecido pelo fino trato e honestidade.

Um povo, sem memória é um povo sem história. Cultuar, lembrar e agradecer a todos aqueles que desbravaram este chão é uma maneira de homenagear a si próprio, sejam amambaienses natos ou aqueles que escolheram este pedaço de chão para viver. Compreender esse espírito de denodo e resgatar a nossa cultura é uma bela iniciativa.

O autor é advogado e escreve semanalmente nesta coluna

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