21/03/2019 08h45
Fonte: Redação
Amambai (MS)- “A poesia tem muito poder, ela é para mim uma válvula de escape; é nela que debruço minhas frustrações” é o que diz o médico, escritor e poeta residente em Amambai, Diobelso Teodoro de Souza nesta quinta-feira (21), dia em que se comemora o Dia Mundial da Poesia.
A data é um tributo à palavra poética, ao poema como tal e aos poetas. Foi instituído pela Unesco em 1999 e objetiva dar apoio a diversidade linguística através da expressão poética.
Seu primeiro contato com a poesia
Diobelso conta que escreve desde muito cedo. Seu contato com a poesia se deu ainda enquanto mama ao seio. Ele diz se lembrar da mãe, Esther Ribeiro, de 88 anos, declamando versos enquanto alimentava o filho.
“Minha mãe é semianalfabeta, mas sempre nos inspirou a ler, hábito que ela tem até hoje; o que sou enquanto pessoa, enquanto médico e enquanto escritor, eu devo a ela”, disse emocionado. Em alusão a isso, o médico escreveu uma poesia, que será anexada no fim desta matéria.
O médico explica que se sente inspirado nos momentos de tribulação, colocando no papel as frustrações, as angústias e as incertezas. “Claro que a gente escreve também sobre as coisas bonitas da vida, mas é nesses momentos em que a inspiração maior chega; a poesia se tornou a minha válvula de escape, é nela que debruço minhas frustrações”, afirmou.
Hoje, o filho da dona Esther coleciona diversas premiações a nível nacional para suas poesias, poemas e crônicas, tem três livros lançados e é membro fundador da Academia Amambaiense de Letras (Acal), implantada em Amambai em 2018. Recentemente lançou o livro “Os pertences do Mar”, onde em seus versos, traz situações vividas e observadas durante o tempo em que viveu próximo ao mar.
O exemplar está sendo comercializado na Livraria do Estudante, na Barbarela, na Livraria Estrela Dalva, no Supemercado Ki-Carne e na Maria Lanches.
Veja abaixo uma das poesias de Diobelso
Herança Materna
Acostumei a degustar versos maternos
E isso ainda quando mamava ao seio:
Da prole de sete eu era o filho do meio
E o que mais sugava aqueles dias eternos.
Os tempos alegres se tornaram dispersos,
E o Passado escrito fica intenso demais.
E agora o que sou e o que não serei jamais
Pode ser devido à herança daqueles versos.