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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Os Garis da Minha Rua, por Diobelso Teodoro de Souza

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16/05/2019 15h00

Fonte: Redação

Passa na minha rua
O caminhão barulhento do Lixo.
Da janela eu vejo os garis
Assobiando muito, recolhendo o lixo.
Do que se alegram os garis?

A chuva grossa, insistente,
Não consegue detê-los:
São equilibristas, artistas,
Nas bordas deslizantes
Da caçamba catinguenta.
O que comemoram os garis?

Nas mãos grossas, inquietas,
Quase não cabem as luvas.
Mas da boca suja e suada
Saem gritos de disposição
E esses sorrisos soltos.
Do que riem os garis?

Tem gente que ainda acha
Profissão sem dignidade,
Que são seres inferiores
Sem escola, sem instrução…
Por quê cantam os Garis?

Já vão se embora os garis
Da minha rua limpa.
E seguem em outras e outras,
Recolhendo os expurgos
E nossos cacos de tristeza.
E me intrigam muito
Pois ainda seguem cantando:
Por quê são alegres os garis?

O solapar do vento frio
Não abafa suas cantigas.
Esses anjos sujos, desbotados,
Trocaram o lixo da minha rua
Por suas alegrias passageiras.
Por quê cantam os garis?

Os Garis da Minha Rua, por Diobelso Teodoro de Souza

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