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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Eleições 2010/Artigo: Fisiologia política: a grande vitoriosa

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Por Leonardo Nunes da Cunha*

Enganam-se aqueles que pensam ter sido o Presidente Lula o grande vencedor das eleições que elegeram seu clone Dilma Rousseff para a Presidência da República. Na realidade ele a atrapalhou com suas diatribes, desconstruindo, inclusive, sua própria imagem pública. Motivo de não ter ganhado no primeiro turno. Os votos da oposição foram contra ele e não contra sua desconhecida candidata.

Retirem os votos dados por cerca de quinze partidos capitaneados pelo PMDB, unicamente preocupados em se aproveitarem do poder, e verifiquem o que restaria para a presidente eleita. Ela não foi eleita pelo Nordeste, como apregoado, pois, mesmo sem votos dessa região, onde seria inequívoca influência pessoal de Lula, ela ganharia a eleição. Foi eleita, indiscutivelmente, com os votos das regiões mais ricas onde o PMDB tem grande expressão política.

Veja-se, como exemplo, os casos dos estados do Rio de Janeiro, onde o governador peemedebista Sérgio Cabral apoiou Dilma Rousseff, dando-lhe grande vitória nas urnas, e Mato Grosso do Sul em que o governador André Puccinelli, apesar da grande pressão que sofreu para se alinhar à candidata do PMDB, seu partido, discordou da orientação partidária e apoiou o candidato da oposição José Serra, também, dando-lhe maiúscula vitória.

O que levou o PMDB a apoiar a candidata do Planalto foi única e exclusivamente interesse fisiológico, sem qualquer viés ideológico, contrariando sua origem libertária e de luta pela democracia da qual participamos e, hoje, novamente ameaçada pelos arreganhos autoritários daqueles que apenas pretendem se eternizar no poder. O PMDB sequer apoiou a pessoa de Dilma Rousseff, mas apenas a candidata de um consórcio fisiológico montado pelo presidente Lula visando à garantia dos empregos de seus “cumpanhêros”.

Não estava em jogo, portanto, a competência da candidata, mas conveniência de lançamento precoce de um nome sem expressão política, apenas para não deixar vaga essa posição, pois isso poderia despertar cobiça de outros “cumpanhêros”, o que o Presidente Lula não queria porque o candidato era ele mesmo. Estava só esperando resultado das especulações a respeito da viabilidade, nacional e, principalmente internacional,de sua pretensão a um terceiro mandato para, se viável, afastá-la sem problema político, já que essa candidatura só se mantinha pelo seu apoio.

Pena que a candidata Dilma Rousseff tenha chegado ao poder dessa forma, pois se trata de uma intelectual, com formação política sólida forjada na juventude, como todos que acreditaram na proposta generosa da igualdade prometida pelo socialismo e, como consequência, sofreram o peso da repressão política da ditadura.

Acreditamos tenha amadurecido bastante e feito opção radical pela democracia. Por isso lhe pedimos não pague essa conta do fisiologismo danoso à nação brasileira, uma vez que não a assumiu. É conta da megalomania política do P residente Lula perante os contumazes aproveitadores de todos os governos.

*Advogado e ex-presidente da OAB/MS

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