09/11/2015 08h00 – Atualizado em 09/11/2015 08h00
Conversa nada fiada
Por Odil Puques
Com a carreira “atada”, começam os preparativos/
Deixo o potro aos cuidados do “compositor”, bugre Basílio/
Que a “peleia” vai ser dura/
E o zaino contrário trás na alma, a maldade da noite escura/
A combinação, notícia que corre de boca em boca/
O “adjutório” dos companheiros, que a despesa é muita,
E a ganância é pouca/
Voa meu alazão/
Leva contigo minha ilusão/
Quanta reza, tanta benzeção/
Meu destino está em suas mãos/
Vai menino, vai senhora, vira “bulicho”, junta “chipeiro”/,
Na cancha, os “parieiros”/
Se “toriando” no “partidor”/
Aguardam ansiosos, a ordem do Karaí Cecílio, o “gritador”.
Lá vieram, é o sinal, levanta a poeira, o sol é ardente/
Os “hueinos” capricham no “rebenque”/
O patrão tá na confiança/ trezentos metros de esperança/
Ganhou de “oreia”, o zaino, meu senhor/
Veredicto incontestável do seu Osório, o “julgador”.
Voa…
Mas a festa tem que continuar/
Novos desafios, outras carreiras a me esperar/
Apostas, tramóias, combinações/
Quantas idas e vindas, nesta vida de ilusões/
No crepúsculo, é chegada a hora de ir embora/
Me despeço dos companheiros/
Uns tristes, outros faceiros/
Amanhã é outro dia/
Na próxima, a sorte vai cavalgar na minha montaria/
Voa …
O autor é advogado e escreve semanalmente nesta coluna.