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sábado, 20 de abril de 2024

Cheiro de Café!!!

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04/04/2016 07h30 – Atualizado em 04/04/2016 07h30

Conversa nada fiada

Cheio de Café!!!

Por Odil Puques

Dias desses eu passava pelas imediações da fábrica de café existente aqui na nossa querida Amambai, que fica ali próximo ao Parque de Exposições, na Rodovia que dá acesso a Caarapó e outras cidades da região central do estado, a Torrefação e Moagem de Café Amambai e senti o gosto da minha infância. A empresa já teve a sede na Rio Branco, onde hoje funciona uma loja de roupas e depois foi para a Sete de Setembro, atual escola CELQ. Nasci dentro de uma torrefação. Meu pai ajudou o então fármaco Alaor Sampaio Ferraz, a montar a primeira fábrica e nela trabalhou por toda uma vida. Passei a infância e adolescência entre sacarias, embalagens e máquinas que transformavam os grãos em pó. O cheiro do café sendo torrado me remete àqueles momentos. Tempos difíceis se comparados ao que minha esposa e eu conseguimos proporcionar ao Heitor e Laura. Bolacha recheada era apenas uma vez no mês, quando fazíamos a compra no Mercado Esperança. Sapatos nem pensar, uma conga ou um kichute se revezavam nos pés até acabar e serviam de um tudo, para jogar bola ou ir à missa. As roupas iam passando de um irmão para o outro. Todas as incursões eram feitas a pé ou a cavalo, mesmo para visitar os avós que moravam numa chácara distante uns quatro ou cinco quilômetros. Aventura mesmo era quando o meu padrinho Alaor emprestava a Rural e saíamos pela cidade, orgulhosos, não cabendo em si de tanto contentamento e disputando a janela do banco traseiro a tapas. Semana passada fiquei sem carro e tive que buscar as crianças a pé, da escola, percebi o mesmo brilho dos olhos pela aventura inusitada. As brincadeiras de então, gerariam nos dias atuais sérias denúncias ao Conselho Tutelar, posto que saíamos de madrugada rumo as sangas do Rio Panduí e só voltávamos no entardecer, depois de muitos saltos e mergulhos em águas não tão confiáveis. Pandorga, pega-pega, esconde-esconde, bolitas, futebol, não nos tiravam das ruas, o que gerou algumas indeléveis varadas. A geração X ou Y jamais saberá o que significa a expressão: “não valeu porque ele não cuspiu na bet’s”. Tempos bons que voltam vez ou outra quando o café está sendo torrado e moído.

O autor é advogado e escreve semanalmente nesta coluna.

Cheiro de Café!!!

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