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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Crianças

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26/10/2015 08h15 – Atualizado em 26/10/2015 08h15

Conversa nada fiada

Por Odil Puques

A cidade dos meus amores
E, quem dera, os moradores
E o prefeito e os varredores
Fossem somente crianças

(Chico Buarque)

Tenho-as em dose dupla, uma de cinco e outro de sete. Por vezes – muitas vezes – dizem que não se dão entre si, disputam cada milímetro da preciosa atenção e dão uma canseira de dar dó. Afora os desafios de descobrir ou mesmo adivinhar o que sentem, porque choram, qual o médico e medicamento procurar, ajudar esses seres no fantástico mundo das descobertas, de tudo que há no porvir é a grande sacada do Criador. Se deles pretendemos fazer à imagem e semelhança e ainda deixar alguns valores, todo cuidado é pouco, nos dizeres, nos saberes e muito mais nos fazeres. O critério e o senso de observação apuradíssimos nos deixam em papos de aranha. Do primeiro papá ao primeiro beabá as coisas se desenrolam naturalmente e de repente lá estão eles a interpretar a significância do que ocorre ao redor. Tempos desses receberam a lição escolar sobre a importância da segurança na condução do veículo, desde então não andamos mais sem o cinto e ai de quem não parar no “Pare”. Além disso evita as multas, disse o mais velho. De outra feita fui aconselhado a ter menos atividades extras e mais com eles, no mesmo instante a mais nova questionou porque é que se agia como agia. As pérolas do dia a dia, tornam o existir mais feliz. Em visita recente a capital do estado, chegaram a conclusão que devia se mudar o nome de Campo Grande para Buracópolis. Ter deixado uma atividade pública e trabalhar em escritório contíguo à casa rendeu-me um agradecimento, por conta de que poderiam me ter a qualquer instante do dia. Dias desses numa pescaria ao ajudá-lo a içar um peixe por ele pescado, disse-me obrigado por você existir. Ainda outra, ao ser questionado sobre a profissão a abraçar, certamente influenciado pelo fascinante mundo dos dinossauros, manifestou o desejo de ser paleontólogo, o que levou o amigo na simplicidade de sua cultura questionar do que se tratava. Ele racional, avesso a badalações e aventuras de risco, ela bailarina, intransigente naquilo que não concorda, a ponto de gerar conflitos e algumas palmadas. E assim a banda toca, a razão da existência dividida em duas, antes depois deles…

O autor é advogado e escreve semanalmente nesta coluna.

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