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quinta-feira, 28 de março de 2024

Promessas e Pecados de Ano Novo

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04/01/2016 07h00 – Atualizado em 04/01/2016 07h00

Crônicas de uma Alma Solta

Por Luiz Peixoto

Cada um de nós
Carrega em si toda a novidade necessária
Para construir um novo na
Um novo sonho
Uma nova esperança
Basta querer

Quando chegamos ao final do ano, e preparamos a casa e a vida para o novo ano, é comum, para muita gente, estabelecer metas, fazer promessas para o ano que começa. As promessas variam de grau e potência, mas incluem emagrecer, fazer acadêmica, estudar, parar de fumar, casar, ser feliz, guardar dinheiro e assim vai.
Não me recordo de ter feito promessas de ano novo. Afinal não sou dos que comemoram essa data com ênfase. Traço metas ao longo do ano, cada mês tem seus desafios. Quem atua como professor sabe como é. Janeiro a meta é esquecer-se do mundo letivo. Fevereiro, dar conta do planejamento e conhecer os novos alunos. E assim vai. Mês a mês. Quantos finais de semana a meta é corrigir todos os trabalhos ou provas…

Fazer promessa é algo muito característico do nosso povo. Sempre gostei dessa prática. Imagino que quem não gosta muito é Santo Antônio, afinal ainda alguns colocam o santo de cabeça para baixo dentro d´água como promessa (ou seria chantagem?) para arrumar casamento. Comigo, Antônio, não corre esse risco, casar não está nos planos, nem em curto nem em longo prazo. Quando vem a época da seca, o povo faz promessa por chuva. Na chuva, promessa para que estie. Imagino a confusão na cabeça das divindades do clima.

Sobre pecados, pouco sei. Não por achar que não os cometo no sentido cristão da palavra. Mas por não entender esse conceito em si. Para uns pecado é fazer sexo antes do casamento. Eita! Lascou! Para outros, pecado é desrespeitar pai e mãe, mas o que é desrespeito? Para uns ainda pecar é não ir à igreja. Ou às vezes ir e não “dar” o dízimo. Para outros, ainda, pecado é comer bacon ou camarão. Adoro! E por ai vai. Cada um e cada um tem sua noção de pecado. Por isso é tão subjetivo.

Para mim, pecado é não ser feliz, é aquilo que não faz bem e que não dá prazer. Pecado é não amar e não cuidar dos que nos cercam, humanos e animais. Então, prometer fazer academia, ou malhar como dizíamos nos anos 90, e sofrer com isso como uma obrigação de ter um corpo que se encaixe nas normativas sociais de beleza, é pecado! Exercitar-se por prazer, é felicidade. Por sofrimento, pecado! Prometer parar de fumar por consciência de saúde, mesmo sofrendo (e eu estou nessa), é virtude. Aceitar que esse sofrer é necessário para um objetivo de viver melhor é prazeroso.

Aprendi com uma amiga especial, que meu ano novo, meu réveillon, é de fato no meu aniversário. Ali sim começa meu novo ano. Então sempre fiz minha festa de passagem em setembro. É lá que eu me renovo. E depois dos 40, cada ano é uma renovação maior. Afinal chegar nessa idade, com a vida que levo, já é um ganho e tanto.

Esse ano farei minhas promessas de ano novo.
Prometo seguir sendo eu.
Prometo envolver-me em muitos debates.
Prometo continuar lendo muito.
Prometo não submeter-me aos padrões sociais de comportamento.
Prometo não pecar por falta de felicidade e de prazer,
e se o fizer, prometo nunca me arrepender de tê-lo feito.
E, principalmente, prometo seguir aprendendo,
com a vida e com as pessoas,
olhando a realidade e sobre ela pensando,
mesmo que isso incomode.

Luiz Peixoto é Filósofo, pós-graduado em Pedagogia da Alternância. Amambaiense. Professor e Educador

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