Coluna semanal do jornalista Zé Luiz.
Posição Apolítica
A posição da ex-candidata a Presidente da República, Marina Silva (PV), de indiferença sobre as duas candidaturas que restaram para comandar os destinos do país, provoca algumas reflexões que merecem ser debatidas, principalmente, entre os formadores de opinião.
Primeiro: a candidata do Partido Verde não vê diferença entre os dois projetos defendidos pelos antigos concorrentes.
Segundo: os projetos formulados pelo PT e PSDB não incorporam políticas de desenvolvimento sustentável – com ênfase para a preservação ambiental – defendidos pela candidatura verde.
E, por último, a escolha de um posicionamento cômodo, descompromissado – que deixa cerca de 20 milhões de eleitores órfãos de orientação política neste momento ímpar do processo de consolidação da jovem democracia brasileira.
Debate mascara filosofias políticas
Para quem acompanha a formação das agremiações políticas brasileiras, fica decepcionado com as teses, ou com a falta de teses, defendidas pelos dois candidatos a presidência da república nos debates televisivos.
A falta de aprofundamento em assuntos que norteiam os rumos da sociedade, como a política financeira (regras para os bancos), política agrária e de incentivo ao agronegócio e política indígena, por exemplo, sequer foram tocados nos dois últimos debates. Assuntos que interessam principalmente para os moradores da nossa região.
É sabido que o PT defende um projeto de fortalecimento do Estado e que o PSDB um projeto que fortalece a iniciativa privada – concepções de sociedade que estão sendo mascaradas pelos dois candidatos. Ao invés de ficarem no superficial, na baixaria – relatando ações que envergonham os dois grupos, deveriam aproveitar a ocasião para aprofundar projetos que têm para garantir vida digna para cerca de 30 milhões de brasileiros que vivem na miséria, quase que absoluta.
A queixa é: parem de mascarar o que pensam e pretendem fazer caso sejam eleitos.
Em Amambai as principais lideranças políticas estão juntas
No município, os dois principais líderes políticos, Dirceu Lanzarini (PR) e Sérgio Barbosa (PMDB), estão de acordo na defesa do projeto político apresentado pelo candidato tucano, José Serra, para o país.
É no mínimo curiosa a posição tomada pelos históricos adversários. Haja visto que os mesmos enfrentaram-se em três oportunidades defendendo projetos diferenciados para o desenvolvimento do município.
Será que é a dialética da política ou o candidato tucano incorporou as diferenças publicamente defendidas pelos adversários de duas décadas.
