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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Vamos falar sobre política…

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18/04/2016 13h54 – Atualizado em 18/04/2016 13h54

Crônicas de uma Alma Solta

Por Luiz Peixoto

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia

Chico Buarque

Sempre atuei no mundo da política. Nunca fui candidato a nada, e nem serei, por princípios de vida, mas isso nunca me impediu de atuar na política. Sempre estudei esse assunto. Atualmente dou aula dessa matéria na universidade.

Acredito piamente na arte da política. Mas estou desacreditado dos políticos.

O que assisti no dia 17 de Abril na Câmara Federal, foi um circo dos horrores. Ser contra ou a favor do governo virou quase um espetáculo. Tirando alguns deputados lúcidos, a maioria não tinha discurso que justificasse seu voto. Foi um espetáculo bizarro.

Eu não gosto do governo Dilma. Acho-o fraco e equivocado. Tentou vender-se à direita, e essa negou a compra. Abandonou as diretrizes da esquerda para alegrar o mercado. O mercado não a quis.
Não gostar de um governo eleito democraticamente é um direito de todos os cidadãos. Mas derrubar do poder de forma indireta, sem crimes previstos na constituição que amparem a decisão, é sim golpe.
Sobre o que vi e ouvi, fico com a reflexão do jornalista Paulo Nogueira, do site diário do centro do mundo:
“A plutocracia venceu.

Quer dizer: por ora, venceu.

Uma Câmara eleita pelo dinheiro das grandes empresas decidiu cassar 54 milhões de votos.

A pior Câmara que o dinheiro pôde comprar decidiu por sabotar a democracia.

Corruptos abraçados a bandeiras brasileiras juraram em nome de Deus combater a corrupção, num espetáculo de cinismo brutal.

Não gosto de maniqueísmo, mas o fato é que o mal venceu. Não se pode classificar de outra forma um grupo que reunia Globo, Eduardo Cunha, Michel Temer, Bolsonaro, Malafaia.

É a escória da escória.

Poucos anos atrás, quando ocorreu um golpe parlamentar no Paraguai, parecia impossível que a mesma coisa pudesse ocorrer no Brasil. Era coisa de republiquetas, pensávamos.

Mas viramos um imenso Paraguai.

Teoricamente, o jogo ainda não está liquidado. Caberá ao Senado chancelar, ou não, o impeachment.
Mas o fato é que alguma coisa se encerrou neste domingo.

Morreu, acima de tudo, a ideia de que a plutocracia brasileira poderia se comportar civilizadamente e não da forma predadora que ao longo dos tempos sempre foi sua marca.

O PT acreditou num milagre, e pagou caro pela credulidade. Num de seus erros mais formidáveis, financiou, com multimilionárias verbas publicitárias e empréstimos em bancos oficiais, a mídia que desempenharia um papel tão crucial na desestabilização do governo.

O PT, na ilusão em que se meteu, se afastou dos movimentos sociais – e das ruas. Voltou às ruas apenas quando os golpistas já tinham avançado demais. As manifestações das últimas semanas deveriam ter começado muito tempo atrás, quando analfabetos políticos manipulados e estimulados pela mídia ocuparam as ruas e passaram a bater panelas.

E agora?

Um grande pensador do passado disse que a situação desesperadora de seu país, paradoxalmente, o enchia de esperança.

É uma frase que se aplica ao Brasil de 2016.

A esquerda brasileira contemporânea – não só o PT — decerto aprendeu com a calamidade que se abateu sobre ela e sobre o país. Sua fragmentação apenas facilitou o trabalho da plutocracia.
Mas segunda-feira a vida continua.

A melhor resposta para o quadro que se armou neste domingo estará nas ruas.

Como disse Jandira Feghali num voto memorável neste domingo, a luta apenas começou”

Em nome dos meus filhos, dos meus pais… não serve, não basta, não absolve nenhum deles do lixo da história.

Pior ainda foi ver deputado destacando torturador.

Deu raiva. Deu nojo. Deu aversão!

Luiz Peixoto – Filósofo. Escreve semanalmente nessa coluna

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