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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Vinte anos depois…

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19/10/2015 07h39 – Atualizado em 19/10/2015 07h39

Conversa nada fiada

Por Odil Puques

Não foi só uma festa para comemorar os passados vinte anos do recebimento do grau de bacharel em ciências jurídicas pela Universidade dos Salesianos. Nos idos dos noventa até noventa e cinco, jovens, não tão jovens, idosos, de todos os sexos, cores e preferências, selaram o destino de juntos promover o encontro de ideias – até hoje discordo dessa não acentuação – e de ideais. Sonhos todos tinham, alguns de abraçar a carreira jurídica, outros ávidos por descobrir direitos e ainda aqueles vindos de outras formações para contemplar a saciedade de mais saber. Foi o encontro da recordação e saber a quantas andam todos. Famílias, filhos, esposos(as) sendo apresentados e constatar o que o inexorável tempo fez com cada um, especialmente essa insistente transformação física protagonizada pelo tecido adiposo. Recordar de cinco anos intensos. Discussões sobre teses jurídicas geraram alguns embates, mas não marcaram época. Agora, discussões sobre a condução do diretório acadêmico, sobre a festa de formatura, do orador da turma, dos amores e desamores, as paixões reais e platônicas causaram impactos profundos que passados vinte anos rendem as melhores histórias. Dois personagens vagavam pela sala enquanto os mestres se esforçavam em passar lições administrativas, penais e cíveis. Diva Gina e Tomás Turbano saíam das penas criativas de um hoje fiscal de rendas aposentado e professor universitário para divertir a todos numa mistura de ficção e realidade, pois se baseava nos fatos do dia a dia daquela turma. Festas epopeias na casa de um mestre das artes penais e também na daquele que representou o espírito, a alma de todo o grupo, um senhor engenheiro na arte da simpatia, da bem querença, da sapiência e do bem acolher. Junto dele um fronteiriço que se esforçava para saber o que se passava naquele mundo desconhecido. De uma feita a turma – e não poderia ser outra – protagonizou aquele que é considerado o maior e melhor dia do pendura da morena capital. O mais chique dos restaurantes foi escolhido a dedo, um insuspeito filho de desembargador faria aniversário e o regabofe deu-se a vontade. Na hora da contrapartida pecuniária fez-se o anúncio, aqui nada se paga, pois se comemora o dia da criação dos cursos jurídicos no Brasil. No discurso, um agora respeitabilíssimo juiz de direito, afirmou que fazíamos o que fazíamos para manter as tradições, que o Brasil estava esquecendo as suas. Quando os proprietários fecharam as portas para nos obrigar ao adimplemento invocamos nossos direitos e lembramo-los que cárcere privado tinha a sua previsão no Código Penal. A coisa foi tão séria que no dia seguinte a casa publicou uma nota no jornal de maior circulação do estado dando conta da situação e no ano seguinte nesse dia não abriu as portas e publicou nova nota explicando os porquês. Quatro daqueles originais tombaram nesses vinte anos. Apenas fisicamente. Continuam aqui conosco nas recordações, lembranças, es(his)tórias e lendas. A eles e em nome deles seguimos avante para mais anos em nome do direito, para recordar as palavras da oração do paraninfo. O direito é uma arte. A arte de fazer justiça.

O autor é advogado e escreve semanalmente nesta coluna.

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