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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Dia de Finados: líderes explicam significado da morte em 6 religiões

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02/11/2016 20h25

Veja as diferenças entre as interpretações.

Fonte: Do G1 Campinas e Região

Budismo

Kelsang Geden é monge budista há 16 anos e ministra aulas no Centro Kadampa, em Campinas. Segundo ele, na religião budista, a morte significa o começo de uma próxima vida e, por isso, ela é apenas uma passagem, onde não importa o que aconteça com o corpo da pessoa, mas ela terá um recomeço.

“Então, a vida, no fundo, para nós não acaba. Nós budistas nos preparamos pra hora da morte. Tentando morrer de maneira calma, serena e manter uma mente serena na hora da morte”, afirmou Kelsang Geden.

Cristianismo

No caso da religião católica, é trabalhado o princípio da ressureição. De acordo com o padre Antonino Fernandez, da Igreja de Santo Antônio, no bairro Ponte Preta, não é possível ser cristão se não acreditar que existe outra vida. Ele ainda afirmou que “Cristo ressuscitou com a premissa de que todos que creem também vão ressuscitar”.

“O Dia de Finados, para nós que cremos na ressurreição, é a recordação saudosa daqueles que amamos na vida, mas não é de desespero. Uma pessoa que não crê na ressurreição não pode ter uma alegria completa nesta vida, se tudo acabasse com a morte a vida seria muito triste. Para nós, o Dia de Finados não é um dia para ser lembrado como algo que foi definitivo, mas com uma saudade do passado e ao mesmo tempo para crermos que a nossa oração para os que se foram tem fundamento”, explicou.

Espiritismo

O Centro de Estudos Espíritas Nosso Lar é um dos locais que promove a religião espírita em Campinas. Emanuel Cristiano, presidente da entidade, é médium e autor de livros pscicografados. Para ele, no espiritismo não existe morte e o Dia de Finados não é celebrado por reconhecerem que a partida de alguém faz parte da vida e é um estado de transição para o espírito imortal.

“Os espíritas não cultivam essa data, porque para nós não há morte. Mas, aproveitamos as tradições para instruir e orientar as pessoas sobre a condição imortal do ser e de que a morte não nos separa definitivamente, e sim nos transforma para uma nova realidade”, disse o presidente do centro de estudos.

Islamismo

O professor titular do Instituto de Biologia da Unicamp e presidente da Sociedade Islâmica de Campinas, Mohamed Habib, de 74 anos, afirmou que a morte para os muçulmanos é um término de uma fase rápida e de curta duração. Ao encerrar esse período, inicia-se a preparação para o processo de ressucitação no dia do juízo final, onde acontece a prestação de contas daquilo que aconteceu durante a vida.

“A qualidade da eternidade depende da qualidade de como nós passamos a nossa vida mundana aqui. Se for pelo bem ou pelo mal. Se for pelo bem, seremos então agraciados pela premiação e pela recompensa do divino. Se for uma passagem com base de erros, pecados e desrespeito ao próximo, aí teremos a penalidade (…). Na medida em que a pessoa tiver uma crença mais profunda, a dor da morte se torna mais reduzida”, contou Habib, que também é presidente do Instituto da Cultura Árabe no Brasil.

Judaísmo

Na religião judaica, a morte é encarada como uma passagem e um acontecimento natural, onde existe um processo de luto que não se fala de perda, mas sim de tudo o que a pessoa conquistou e foi durante a vida. A informação é do diretor religioso da Sociedade Israelita Brasileira Beth Jacob, Ricardo Puccetti. A sinagoga recebe cerca de 100 famílias para celebrar as festas judaicas, além de abrir uma escola para 15 crianças.

“O funeral no judaismo é feito de um dia para o outro, é muito rápido. A partir do momento que a pessoa é enterrada, contam-se 7 dias. O nome desse período é Shiva. Nessa período, a família fica em casa e não faz nada. As pessoas vão lá e todo dia e fazem uma oração chamada Cadish, que em nenhum momento fala de morte. Esse momento é mais uma conversa, tem mais o sentido de memória e não de uma coisa pesada”, explicou Puccetti.

Umbanda

De acordo com o babalorixá Edilson Marcos Vicentim, de 56 anos, a morte não existe na umbanda. Ela é o momento em que o espírito se liberta do corpo e, em muitos momentos, não se encontram no campo espiritual e precisam de apoio e orientação. A ideia da religião é trabalhar para esses espíritos consigam acessar um novo plano.

“Isso acontece muito com pessoas que tem uma morte súbita, que não esperavam por isso, pois não estavam doentes. Esses espíritos ficam vagando. Quando alguém morre, nós também fazemos rituais internos e correntes de oração para o desprendimento do físico”, comentou Vicentim.

Kelsang Geden é monge budista há 16 anos e ministra aulas em Campinas (Foto: Arlete Moraes/G1)

Antonino Fernandez é padre da Igreja de Santo Antônio, no bairro Ponte Preta (Foto: Ana Clara Rampazzo/G1)

Emanuel Cristiano é presidente do Centro de Estudos Espíritas Nosso Lar  (Foto: Wesley Bastos)

Mohamed Habib é presidente da Sociedade Islâmica de Campinas (Foto: Antonio Scarpinetti)

Ricardo Puccetti é diretor da Sociedade Israelita Brasileira Beth Jacob (Foto: Ricardo Puccetti/Acervo pessoal)

Edilson Marcos Vicentim é babalorixá de umbanda e tem 56 anos (Foto: Maíra Rodrigues)

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