05/08/2018 11h00
Fonte: Vix
Em um comunicado escrito em sete línguas e divulgado no site do Vaticano, Papa Francisco mudou uma diretriz da Igreja Católica que torna a pena de morte, para os católicos, algo “inadmissível”.
O pontífice declarou que a Igreja estará empenhada a abolir a morte como uma sanção a crimes cometidos por uma pessoa, porque, hoje, é cada vez mais “viva a consciência de que a dignidade da pessoa não se perde, mesmo depois de ter cometido crimes gravíssimos”.
A mudança no pensamento católico tem sido repercutida fortemente pela comunidade católica e não católica do mundo.
Papa Francisco mudou o jeito com que os católicos devem interpretar a pena de morte para pessoas que cometeram crimes. No comunicado, ele destacou que esse meio foi, por muito tempo, visto como “uma resposta adequada à gravidade de alguns delitos e um meio aceitável, ainda que extremo, para a tutela do bem comum”.
Com a nova ordem, a Igreja se opõe a esse pensamento, afirmando que “a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa”.
A princípio, o novo pensamento impacta a comunidade católica diretamente e pode gerar uma forte influência nas diretrizes legais do mundo inteiro. Isso porque, no último levantamento feito pelo Vaticano, e divulgado em junho de 2018, foram contabilizados 1 bilhão e 299 milhões católicos ao redor do mundo.
Em uma carta do Vaticano escrita aos bispos sobre a revisão da ideia de pena de morte, se destacou que João Paulo II já havia feito intervenção em casos de pessoas condenadas à morte várias vezes.
No mesmo documento, consta a declaração de Papa Francisco de que “hoje a pena de morte é inaceitável, por mais grave que seja o crime de condenação”.
Leia abaixo o comunicado completo na versão em português:
“Durante muito tempo, considerou-se o recurso à pena de morte por parte da autoridade legítima, depois de um processo regular, como uma resposta adequada à gravidade de alguns delitos e um meio aceitável, ainda que extremo, para a tutela do bem comum.
Hoje vai-se tornando cada vez mais viva a consciência de que a dignidade da pessoa não se perde, mesmo depois de ter cometido crimes gravíssimos. Além disso, difundiu-se uma nova compreensão do sentido das sanções penais por parte do Estado.
Por fim, foram desenvolvidos sistemas de detenção mais eficazes, que garantem a indispensável defesa dos cidadãos sem, ao mesmo tempo, tirar definitivamente ao réu a possibilidade de se redimir.
Por isso a Igreja ensina, à luz do Evangelho, que «a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa», e empenha-se com determinação a favor da sua abolição em todo o mundo”.
**Repercussão da nova diretriz***
A nova diretriz comunicada por Papa Francisco gerou grande repercussão e foi imediatamente divulgado em veículos do mundo todo. O assuntou ganhou destaque em jornais como o The New York Times e grandes sites de notícias como a britânica BBC.
No Twitter, o assunto figurou entre os mais comentados e as opiniões foram muito diversas.
Católicos elogiaram o posicionamento cristão do pontífice e não católicos também aplaudiram o fato de ele ser um líder que influencia positivamente em algumas decisões no mundo.
Houve também quem dissesse que a decisão de Francisco não alivia os escândalos envolvendo pedofilia entre padres e mesmo que pode se tratar de uma “ação de marketing para tornar o assunto menos penoso para a Igreja Católica” e pessoas favoráveis à pena de morte.