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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Caminho da Mandioca: Do campo à agroindústria, cultivo se potencializa em MS

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14/04/2017 14h40

Fonte: Redação

De norte a sul do país – conhecida como macaxeira, aipim ou mandioca – este famoso tubérculo é originário da América do Sul. Na última década, a matéria-prima vem se popularizando na mesa dos brasileiros, seja na forma in natura ou por subprodutos como polvilho e tapioca. Segundo levantamento publicado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a produção nacional aumentou 182,3% entre 2005 e 2015.

As exportações acompanham o bom momento: de 2013 a 2016 a evolução foi de 255% nas vendas internacionais do produto que ranqueia o Brasil como 2º maior produtor mundial, ficando atrás somente da Nigéria, segundo informações da Secex – Secretaria de Comércio Exterior.

Como outras culturas tropicais, a mandioca necessita de manejo diferenciado para possibilitar um rendimento lucrativo na comercialização. Atentos à alta demanda da agroindústria e das redes varejistas, os produtores rurais do Estado têm procurado conhecer técnicas atualizadas de plantio e processamento.

O intuito desta ação é diversificar a produção das atividades no campo. Foi o caso de um grupo de produtores rurais, de Figueirão e Alcinópolis, atendido pelo programa Hortifruti Legal, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural que visitou a Associação de Produtores do Distrito de Morraria, localizado no município de Bodoquena, distante 270 quilômetros da Capital.

Na ocasião, o grupo foi recebido pelo presidente, Hilário de Góes Cabreiro, um dos pioneiros da associação criada em 1997, com a finalidade de fortalecer o escoamento da produção rural desenvolvida por 33 famílias. “No começo foi bem difícil sobreviver da atividade, mas, fomos selecionados para participar de um programa oferecido por uma multinacional em 2013, no qual foram disponibilizados conhecimentos de assistência técnica, extensão rural, capacitação profissional e acompanhamento gerencial. O resultado foi a construção de uma fábrica que embala a produção de diversos vegetais cultivados aqui na região. No entanto, nosso carro-chefe é a mandioca que é descascada, embalada e congelada para comercialização”, detalha.

Evolução no atendimento – Em Figueirão, o grupo de produtores atendidos pelo Hortifruti Legal, uma das frentes de atendimento da metodologia de ATeG – Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS, é composto por 30 famílias que desenvolvem um mix de produção que varia de hortaliças a vegetais. Um dos atendidos é Valdir Bispo de Souza que, depois de participar do curso sobre cultivo de mandioca, enxergou a possibilidade de aumentar o rendimento familiar com a produção tecnificada. “Venho de uma família de agricultores, mas, percebi que desconhecia muitas técnicas e o profissional que nos atende fez um trabalho que incluiu desde o diagnóstico do solo até experimentos com variedades da raiz. Meu primeiro investimento foi plantar 1,5 hectare. O investimento me rendeu uma colheita de quase 50 toneladas”, relata.

Souza participou da visita aos associados de Morraria e considerou que a troca de experiências foi muito proveitosa. “Entendemos que é possível começarmos um trabalho como o que é feito em Bodoquena, porém, é necessário dedicação e união de esforços dos nossos produtores e de todos os setores envolvidos. Com a orientação que estamos recebendo do Senar/MS temos condições de conseguir alta produtividade, mas, precisamos ainda de logística para levar a clientes de localidades mais distantes”, analisa.

Valdenir Coelho Lopes é proprietário de uma área com 7,5 hectares, no município de Alcinópolis e se prepara para começar a colheita da 1ª safra, da qual pretende obter bons resultados. “Estou satisfeito com o trabalho do nosso técnico que ensinou muitas estratégias de plantio e controle de pragas, resultando numa produtividade maior. Um grupo aqui do assentamento Santa Fé realiza há três meses uma feira com os produtos que cultivamos e que variam de mandioca até banana”, detalha.
Para Lopes, a visita até Bodoquena foi proveitosa e deixou a certeza para ele e os vizinhos que estão no caminho certo: “Percebemos que temos condições de ter a nossa própria fábrica, tanto que já estamos comprando as máquinas para embalar e escolhemos até o nome da marca: Mandioca União”, revela orgulhoso.

Na avaliação do superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta, a metodologia de ATeG possibilita aos produtores uma transformação pessoal e profissional, por agir não somente na assistência técnica, mas também, na extensão rural. “O trabalho realizado com estas famílias é gratificante, pois, percebemos na maioria dos casos, o desejo sincero de aprender, seja atendendo as recomendações técnicas ou participando dos cursos da instituição. O retorno que temos recebido é o melhor possível, pois, acompanhamos o crescimento profissional e retomada da autoestima em cada produtor atendido”, argumenta.

Caminho da Mandioca: Do campo à agroindústria, cultivo se potencializa em MS

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