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Unidade especializada dos bombeiros redobra esforços no combate a incêndios florestais

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Campo Grande (MS) – Uma unidade especializada dentro do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul é responsável por coordenar os trabalhos de combate aos incêndios florestais, multiplicados nesse inverno seco de 2010. O Centro de Proteção Ambiental (CPA/CBM/MS) conta atualmente com aproximadamente 170 bombeiros especialmente preparados para esse tipo de atividade.

Também estão a cargo do centro as perícias ambientais e as ações envolvendo produtos perigosos. Mas nessa época do ano, são as queimadas na vegetação que requerem trabalho redobrado e esforço extra da unidade, sediada em Campo Grande, e com atuação em todo o Estado. Os militares especializados estão presentes em diversos municípios, sendo acionados conforme a necessidade.

Desde o início de agosto, o CPA coordena uma força tarefa determinada pelo comando-geral do Corpo de Bombeiros para enfrentar o aumento de ocorrências de incêndios. Pessoal com treinamento em incêndios florestais e que atuam em setores diversos foram deslocados para a área operacional para reforçar as equipes regulares de campo. O chefe do centro, major Francimar Vieira da Costa, explica que a capacitação nesse tipo de ocorrência acontece tanto no próprio Estado, quanto fora. Somente em 2006, 26 bombeiros foram treinados através do Curso de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. Também houve capacitação fora de Mato Grosso do Sul para oficiais da corporação. Os treinamentos também acontecem em parceria com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

Ocorrências

Em uma das ocorrências mais recentes, uma equipe da guarnição de reforço de combate a incêndios florestais seguiu na noite de ontem (26) para a Fazenda Santa Rosa, a aproximadamente 260 quilômetros de Campo Grande, no município de Rio Negro. Conforme informado pela proprietária, o fogo começou na área de pastagem nativa e já havia alcançado a mata. “Enviamos quatro homens com um veículo, e equipamentos como abafador, pinga-fogo, bomba costal. Na propriedade também estão cerca de 15 trabalhadores do próprio local, que atuam sob orientação dos bombeiros”, explica o chefe do CPA.

Na área urbana de Campo Grande, outro foco exigiu a presença dos bombeiros, nesse mesmo dia, nas proximidades do autódromo, na saída para Três Lagoas. Em torno de 500 hectares forem queimados. Na quarta-feira (25), as equipes debelaram uma queimada no bairro Zé Pereira, na região oeste da Capital.

Desde o dia 11 de agosto, quatro guarnições extras estão atuando no combate aos incêndios que aumentaram por conta do prolongado período de seca, com a disponibilidade de mais 20 homens diariamente. Já no dia 12 foi preciso grande esforço para conter o fogo na Fazenda Canga, a cerca de 50 quilômetros da Capital, às margens da MS-080, próximo a Rochedo (fotos).

Prevenção

O chefe do Centro de Proteção Ambiental explica que, além do combate, as equipes atuam fortemente na prevenção. Assim como o 1º Subgrupamento de Aquidauana, que desenvolve trabalho educativo em cinco municípios entre a Serra da Bodoquena e o Pantanal, o CPA executa capacitação de trabalhadores rurais e funcionários de empresas. “No tempo seco, cinco minutos de fogo já fazem diferença. Mesmo acionando os bombeiros, é importante o fazendeiro tomar as primeiras providências para conter o alastramento do fogo”, orienta o major Francimar. Segundo ele, por conta do reforço no trabalho dos bombeiros e dessas medidas de auxílio às comunidades rurais, as ocorrências nesse tipo de propriedade é considerada dentro do suportável, considerando o período crítico de seca que atinge todo o País.

Em Três Lagoas, a pedido do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, foi feito um treinamento que abrangeu 60 pessoas de famílias de quatro assentamentos. Em Campo Grande, o programa capacitou este mês um grupo de funcionários da Embrapa. A Base Aérea de Campo Grande e o Batalhão de Suprimentos do Exército também já solicitaram parceria do CPA para treinamentos.

Alerta

Além dos cuidados necessários agora, durante o ápice da seca, proprietários rurais devem ficar atentos para não adotar medidas que representem perigo mesmo no começo da temporada de chuvas. O alerta do chefe do CPA é quanto à queima de vegetação para a formação de pastos. “É preciso tomar cuidado, porque às vezes, mesmo sem a chuva, vêm raios, que podem ocasionar queimadas, devido à vegetação ainda estar seca”.

Para prevenção e controle é importante que os proprietários rurais mantenham seus trabalhadores em alerta, façam o aceiro, providenciem equipamentos como abafadores, bombas costais, tenham a postos veículos que podem ser usados nessas ocorrências – e pessoal capacitado para operá-los. “É muito importante que se cerquem de cuidados preventivos, e, se acontecer a queimada, estejam em condições de manter o controle”, orienta o major Francimar Vieira da Costa.

Gizele Cruz de Oliveira Notícias MS / Foto: Fábio Pellegrini

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