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Cultivo orgânico ganha mais força

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Quando o agricultor Severino Francisco Monteiro decidiu mudar o sistema de produção de sua plantação há quase 10 anos, tinha como objetivo uma qualidade de vida melhor. Não sabia exatamente os efeitos provocados por defensivos agrícolas, nem pensava em questões como aquecimento global.

“Eu produzia banana e chuchu, vendia, mas não comia o que produzia porque não tinha coragem. Só os alertas que colocam nas embalagens já dão medo”, conta, lembrando que um terço do orçamento ia somente para comprar agrotóxicos, numa conta que não fechava.

Morador da região do Mocotó, no cinturão verde de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Norte do estado, Bio Chico, como é mais conhecido, migrou aos poucos para o cultivo orgânico, diversificou as lavouras e, antes desacreditado pelos vizinhos, hoje vive da venda dos alimentos que produz e que também servem de alimento para ele e para a família.

A mudança de um sistema para o outro contou com o apoio de organizações não-governamentais, com promoção de cursos e introdução detécnicas e práticas agrícolas, e nos últimos anos, também com a assistência da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Pernambuco (IPA). Aos poucos, não apenas o sistema produtivo havia mudado, mas uma filosofia diferente de ver a natureza havia sido incorporada.

Cultivando mais de 20 tipos de hortifruti, Bio Chico atualmente é presidente da Associação de Agricultores de Base Familiar e Cultivo Orgânico da Região de Mocotó (com 26 associados), concluiu o curso técnico de agricultura, no Instituto Técnico Federal de Vitória de Santo Antão e já pensa em fazer o curso de agronomia.

“Quem achava que eu ia morrer de fome, hoje já está produzindo orgânico também. Acho que estudar abriu as portas para outras coisas. Uma pessoa pode fazer a diferença, desde que queira, né?”, fala, orgulhoso da produção variada, vendida em feiras de orgânicos em Vitória e no Recife. “A associação fez a gente deixar de ser dependente do atravessador. Agora, a gente pensa outras formas de escoar a produção”, explica.

Maria Edvânia de Assis,técnica extensionista do IPA, explica como o acesso à informação muda a visão dos agricultores. “Todos tiveram uma melhoria na qualidade de vida. A produção orgânica diminui muito os custos. Mesmo o retorno da área sendo um pouco menor, no preço final eles conseguem até 50% a mais no valor”, explica.

Fonte: Famasul

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