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Cras e PMA mantêm busca para encontrar onça; ataque é improvável

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A onça-pintada que fugiu do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) de Campo Grande, na madrugada da última sexta-feira (29), ainda não foi encontrada pelas equipes de busca. Ela teria fugido após uma anta, que vive no local, romper a grade da jaula que mantinha a onça recolhida.

Após avistarem pegadas do animal, policiais ambientais e biólogos chegaram a ficar otimistas, mas a chuva no final de semana e no feriado dificultou o trabalho na reserva ambiental. Apesar de rumores de que o felino tenha sido visto em chácaras próximas à AABB, responsáveis pelo Cras acreditam que o animal esteja ainda por perto de onde fugiu.

“Segundo o Instituto Pró-Carnívoros, que está nos auxiliando nas buscas, a onça pode andar até 30 quilômetros por dia, mas como é ainda filhote, numa fase em que deveria estar aprendendo a caçar com a mãe, este animal deve estar com fome e cansado. Nossa esperança é justamente essa, para que ele volte aos arredores do Cras, local onde acostumou a ser alimentado”, disse o biólogo e coordenador do Cras, Élson Borges.

Atualmente, o animal é alimentado com um quilo de carne por dia. Borges lembra que a onça é oportunista e que, em caso de ausência do instinto natural de caça, o felino pode se alimentar de restos de animais mortos.

O filhote tem cerca de oito meses e foi trazido ao Centro quando tinha apenas dois meses de idade, depois de ser capturado em uma fazenda em Água Clara, provavelmente em busca de refúgio e alimento. O governador André Puccinelli esteve ontem (2) na sede da Polícia Militar Ambiental para saber sobre o andamento da operação de buscas. O efetivo continua a campo a procura do animal e conta com cães farejadores que seguem o rastro deixado pela onça, biólogos, policiais ambientais e mateiros – homens que antes eram caçadores mas que agora auxiliam os técnicos na preservação dos felinos.

Ataque improvável

Apesar de se tratar de um animal feroz, pesando 150 quilos, o filhote não é considerado uma ameaça. De acordo com Borges, mesmo o bicho que sempre viveu na natureza não considera o ser humano uma presa. “Não acredito que possa haver ataques às pessoas. Poderia haver quando há ameaça a um filhote o que provoca a reação da mãe, ou se houver interferência na comida do animal. São ações de defesa, portanto, acho improvável que, escondida na mata, esta onça venha machucar alguém”, explica.

O biólogo do Instituo Pró-Carnívoros, Alexandre Martins, que esteve em Campo Grande no último final de semana auxiliando as buscas também tranquiliza. “Pela experiência que temos em relação às onças, é praticamente nula a possibilidade de um ataque. Seria preciso que uma pessoa chegasse bem próxima, acuando o animal”, acredita.

Pró-Carnívoros

O Instituto para a Conservação dos Carnívoros Neotropicais – Pró-Carnívoros é uma organização não governamental que atua pela conservação dos mamíferos carnívoros e seus hábitats, através de pesquisa, manejo e educação.
Ainda de acordo com Martins, a onça possui hábitos noturnos, quando caminha por vários quilômetros. “Não é que ela fique parada durante o dia, mas sua preferência é a movimentação no período da noite”.

Esta era a única onça-pintada mantida no Cras. O Centro possui mais 10 animais da espécie parda, sendo um filhote.

Fonte: Notícias MS

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