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Lourdes Ciarini, exemplo de mulher cidadã, solidária e fraterna.

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Lourdes Ciarini, exemplo de mulher cidadã, solidária e fraterna.

Dia Internacional da Mulher: mais do que uma cidadã responsável, ela proporciona cidadania a um número muito grande de pessoas.

Sonhar o sonho impossível, / Sofrer a angústia implacável, / Pisar onde os bravos não ousam, / Reparar o mal irreparável, / Amar um amor casto à distância, / Enfrentar o inimigo invencível, / Tentar quando as forças se esvaem, / Alcançar a estrela inatingível: / Essa é a minha busca.

A frase acima é de Dom Quixote de La Mancha, célebre personagem do livro escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616), mas poderia ser facilmente atribuída a protagonistas da história brasileira que se dedicaram e se dedicam a lutar, a ousar, a fazer e, principalmente, a acontecer. Lourdes Ciarani Betzkowski é uma dessas personalidades contemporâneas.

Dom Quixote desperta um sentimento de simpatia. A fé e o entusiasmo motivam o leitor, pois os sentimentos do cavaleiro são nobres e puros.

Lourdes Ciarini evoca solidariedade, fraternidade, humildade, amor ao próximo. Do alto dos seus 73 anos, ela é uma figura ímpar na comunidade amambaiense. Nasceu em Arvorezinha, RS, e veio para Amambai com 33 anos de idade. Criou cinco filhos. Por 24 anos foi casada, enviuvou aos 41. Por duas décadas administrou a propriedade rural da família. Era uma época onde ainda prevaleciam as tradições de uma sociedade masculina. Desafiou conceitos.

Ao final da década de 90, quase no novo século, “dona” Lourdes deixou de ser fazendeira para tornar-se uma líder comunitária, talvez a maior que Amambai já conheceu.

Mãe, avó, bisavó. Política. Catequista. Militante da Igreja Católica. Ex-rotariana. Sócia da APAE, do Clube de Mães. Presença constante no Lar do Idoso Frei Fabiano de Cristo há quase 15 anos. Presidente do Lar nos últimos 11 anos. Mulher bonita, vaidosa. Se cuida, faz ginástica diariamente. Foi Miss Terceira Idade. È presença constante na vida social de Amambai. Viaja. Curte a vida. Cuida da mente, do corpo e do espírito.

Mais do que uma cidadã responsável, ela proporciona cidadania a um número muito grande de pessoas. Acolhe, afaga, acarinha, encaminha documentos, realiza promoções, angaria recursos e voluntários. Esbanja jovialidade e esperança. Impossível ficar alheio à nossa responsabilidade social quando estamos com ela. Sentimo-nos pequenos diante de sua grandeza.

Preconceito? Discriminação? Ela sabe que tem; diz que a sociedade de Amambai é um pouco machista. Mas ela mesma nunca sofreu desse mal. Lastima pelas mulheres que já foram discriminadas e principalmente por aquelas “judiadas pelos maridos, pelas famílias”.

Com sua sabedoria e dedicação, ela venceu os desafios trabalhando, se doando. Todo este meu trabalho, conta ela, me deixou mais abrangente como pessoa; acostumei tanto que diariamente tenho que fazer algo que me deixe realizada. E como ela o faz bem. Ah, se faz!

Lourdes Ciarini acha que as mulheres de Amambai são participativas e bem esforçadas. “Cada uma tem o seu emprego, as suas atividades, as mulheres são bem sucedidas cada uma na sua posição”, avalia ela.
Sua mensagem às mulheres não poderia ser outra: que as mulheres não fiquem paradas no tempo e façam algo de bom aos outros. Seu lema de vida também não poderia ser outro: Fazer o bem sem olhar a quem.

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, Lourdes Ciarini é um dom feminino, é a dona Quixote de Amambai.

Viviane Viaut / Da Redação

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