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Fetems reúne mais de 10 mil trabalhadores em Campo Grande

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10/06/2016 19h42

Fetems reúne mais de 10 mil trabalhadores nas ruas de Campo Grande e paralisa 90% das escolas públicas de todo o MS

Trabalhadores da Educação de Amambai participaram do ato na capital do Estado e também realizaram concentração na praça Cel. Valêncio de Brum.

Fonte: Karina Vilas Boas / Fetems – Fotos: Wilson Junior

Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS) reuniu mais de 10 mil trabalhadores, na Praça do Rádio, na manhã desta sexta-feira (10), além de paralisar mais de 90% das escolas públicas de todo o Estado. A mobilização faz parte de um Dia Nacional de Luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora de todo o país. Os trabalhadores de todo o MS, representando 79 municípios, com balões de dizeres da luta, faixas, camisetas e muita força de vontade, estiveram presentes neste dia histórico.

De acordo com o presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar, os trabalhadores em educação de MS foram para as com as seguintes pautas: em defesa da democracia; contra o fim do piso salarial e da hora-atividade; contra a reforma da previdência e o fim da aposentadoria especial dos professores; contra a privatização das escolas públicas, através das Organizações Sociais e da militarização; contra a retirada da obrigatoriedade dos recursos da Educação Pública (18% da União e 25% dos Estados e Municípios) da Constituição Federal; contra a alteração do regime de partilha na exploração do Pré-sal que destinaria recursos para a educação e saúde. Também contra a entrega de nossas riquezas naturais, como o petróleo, para o capital estrangeiro e contra a Lei da Mordaça que está sendo debatida em todo o território nacional e foi recentemente vetada na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande. A legislação tem como intuito proibir o debate em sala de aula questões de religião, sexualidade (conscientização, igualdade de gênero, violência contra a mulher, homofobia e etc…) e política.

O presidente da FETEMS, afirmou ainda, que o objetivo central da mobilização foi atingido. “Levamos a educação e os demais trabalhadores para a rua, conseguimos paralisar e mostrar para a sociedade que não estamos de braços cruzados diante da perda de direitos e muito menos a favor dos ataques constantes a nossa tão jovem democracia. Todas as capitais do país deram o seu recado hoje e conosco não foi diferente”, disse.

Segundo Lurdes Ferreira da Costa, professora desde 2010, a reivindicação dos direitos ameaçados foi o que a levou para a rua nesta sexta-feira. “Não podemos permitir que nos tirem conquistas de anos, histórias, sem fazermos nada, por isso aderi a greve e estou na rua com muito orgulho”, afirma.

De acordo com administrativa em educação, Joana Miranda do Nascimento, que é agente de limpeza há 17 anos, que está preste a se aposentar, ressaltou que a FETEMS está de parabéns pelo manifesto e que ela foi para a rua com medo da perda de direitos da previdência. “Eu já sofro com sérios problemas de saúde, por conta dos anos de trabalho e agora estão querendo mexer nos meus direitos, não aceito isso nunca, porque dei a minha contribuição e mereço me aposentar com tudo que já foi conquistado, graças a nossa luta”, ressalta.

Já o diretor de escola, Douglas Alves da Silva, que tem 15 anos de serviços prestados na educação pública, o momento é de luta e reflexão. “Lutar pelos direitos dos trabalhadores em geral, não permitir o sucateamento, principalmente da educação e defender a nossa democracia, é isso que me fez paralisar hoje e apoiar o movimento da nossa Federação”, conclui.

Outras categorias somaram na luta pelos direitos trabalhistas, em Campo Grande, como sindicatos filiados a Central Única dos Trabalhadores, a Central dos Trabalhadores do Brasil e Movimento dos Trabalhares que lutam pela terra.

Saiba mais sobre a perda de direitos da educação publica no atual governo interino de Michel Temer clicando Aqui.

Em Amambai, trabalhadores da Educação também paralisam atividades e realizam movimento na praça central

Em Amambai, os trabalhadores da Educação aderiram ao movimento nacional de paralisação e as atividades nas escolas foram interrompidas nesta sexta-feira (10).

Cerca de 50 pessoas, representando o município e o Simted de Amambai, estiveram em Campo Grande participando do ato realizado pela Fetems.

Segundo a vice-presidente do Simted, Marly Charão, a maioria das 25 unidades escolares das redes municipal e estadual de Amambai paralisaram as atividades. A decisão foi encaminhada durante assembleia geral realizada na quarta-feira (8). Na oportunidade, a direção do Simted debateu com os trabalhadores os motivos da paralisação e os procedimentos que foram realizados nesta sexta-feira.

Outro grupo de trabalhadores da Educação de Amambai, cerca de 40 pessoas, concentrou-se pela manhã na praça Cel. Valêncio de Brum. No local, eles distribuíram informativo à população, explicando os motivos que levaram a categoria a promover o movimento de paralisação.

Para Marly, apesar do número reduzido de manifestantes concentrados na praça, o movimento foi positivo, já que a maioria das escolas paralisaram as atividades.

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