Início Notícias Mundo Missões de paz da ONU são “investimento em paz e prosperidade globais”

Missões de paz da ONU são “investimento em paz e prosperidade globais”

0

07/04/2017 08h02

Fonte: Rádio ONU

Avaliação é do secretário-geral da organização em debate no Conselho de Segurança; António Guterres listou nove áreas para reforma nas operações de paz das Nações Unidas.

“As operações de manutenção da paz das Nações Unidas são um investimento em paz, segurança e prosperidade globais”. Com esta declaração, o secretário-geral da ONU, António Guterres, começou seu discurso em um debate no Conselho de Segurança sobre o tema nesta quinta-feira.

Guterres ressaltou que soldados de paz das Nações Unidas contribuíram para um “legado de estabilidade” em diversos países, citando inclusive Timor-Leste e Moçambique.

Mandatos

O chefe da ONU lembrou que 45 missões completaram seus mandatos e foram fechadas. Outras duas serão encerradas em breve: as missões na Libéria e da Côte d’Ivoire, país também conhecido como Costa do Marfim.

Para o secretário-geral, este é o objetivo da ONU para cada Missão de paz: que façam o trabalho confiado a elas, salvem vidas, evitem atrocidades em massa; criem as condições para estabilidade e paz sustenável e fechem.

Além disso, ele defendeu que, do início ao fim, estas devem ser economicamente viáveis. Segundo Guterres, o orçamento atual para operações de manutenção da paz é “menor do que 0,5% do gasto militar global”.

Estratégia

O secretário-geral lembrou a “dedicação e coragem” de mais de mais de 3,5 mil soldados de paz da ONU que “deram suas vidas pelos ideais da Carta das Nações Unidas” e afirmou que a segurança dos boinas azuis continuará sendo uma prioridade.

António Guterres defendeu ser necessária uma “estratégia abrangente” que apoie as missões da organização e leve em conta todo o processo de paz, “de prevenção, resolução de conflito e manutenção da paz à consolidação da paz e desenvolvimento de longo prazo”.

Para o chefe da ONU, esta estratégia deve ser baseada em dois princípios fundamentais.
O primeiro é que, segundo ele, não há um tamanho único que sirva a todas as operações de paz, já que estas têm mandatos diferentes. Guterres declarou ainda que a proteção de civis continuará sendo uma prioridade.

Diplomacia para Paz

O segundo, de acordo com o secretário-geral, é que o “sucesso de cada missão depende de um processo político ativo, com o compromisso de todos os envolvidos, especialmente governos”.

Ele afirmou que o Conselho de Segurança tem um papel fundamental em assegurar esse “compromisso e cooperação” e voltou a defender um aumento na “diplomacia para paz”.

Reforma

Ao Conselho, António Guterres disse ainda que, no longo-prazo, vê nove áreas para reforma das operações de paz da ONU.

Primeiro, ele mencionou que criou uma equipe para estudar como melhorar a arquitetura de paz e segurança da organização. O grupo vai informar suas conclusões ao chefe da ONU em junho.

O secretário-geral defendeu ainda ser preciso “maior eficiência e prestação de contas”, além de mandatos “claros, realistas e atualizados” do Conselho de Segurança, com prioridades bem identificadas e flexibilidade para evoluir com o tempo.

Mulheres

Em quarto lugar, Guterres declarou que as mulheres precisam ter um papel mais ativos nas operações de paz em funções civis, militares e policiais.

“Planejamento, controle e liderança melhores e mais coordenados das operações e da estatégia” foi o quinto ponto mencionado pelo secretário-geral. Ele também defendeu um uso maior da tecnologia moderna.

Segundo chefe da ONU, é preciso ainda “comunicar e aumentar a conscientização de que as operações das Nações Unidas são uma necessidade para paz, segurança e prosperidade mundiais e que estão alcançando resultados”.

Parceria e financiamento

Para Guterres, também é preciso fortalecer os laços da organização com seus parceiros regionais e subregionais.

Por fim, o secretário-geral defendeu que essas parcerias devem ser baseadas em “financiamento sólido e previsível”.

Ação coletiva

Concluindo seu discurso, ele afirmou que operações de paz estão em uma encruzilhada e que a tarefa é da organização “torná-las relevantes com mandatos claros e realizáveis e com as estratégias e apoio adequados”.

Para o chefe da ONU, o sucesso depende de ações coletivas. Guterres reafirmou seu pleno compromisso e disse também contar com a “unidade e apoio do Conselho de Segurança para comprir sua principal responsabilidade de manter a paz e segurança internacionais num mundo em transformação”.

Sair da versão mobile