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Decepção em redes sociais: como lidar com amigos que mudam muito?

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12/08/2017 09h06

Todos têm o direito de expressar suas opiniões, mas quando a coisa foge do que você considera aceitável talvez seja hora de tomar uma atitude

Fonte: M de Mulher

Você está ali dando aquela olhada de sempre na sua timeline no Facebook e de repente PÁ! vê um comentário super machista de uma amiga legal com quem estudou inglês. Ou então, no Twitter, se depara com um post ~engraçadinho~ e ambíguo, que pode ou não ser racista, feito por um primo que pessoalmente costuma ser um querido.

A não ser que você construa uma bolha bem sólida nas suas redes sociais, excluindo todo mundo que pense diferente de você, essas situações são comuns. Mas nem por isso deixam de incomodar quando acontecem – especialmente quando partem de pessoas que até outro dia eram legais e não pareciam ter um perfil que fosse lhe decepcionar dessa maneira. Daí fica a dúvida: como lidar com elas?

Respeite a liberdade de opinião dos seus amigos

A gente já fala sobre dicas de como agir, mas antes lembre-se de que é preciso respeitar a liberdade alheia. “Tem que entender que as pessoas têm opiniões diferentes, que nem sempre você e seus amigos vão concordar em tudo. As redes sociais são um espaço muito vasto, onde todo mundo pode falar muito e o que quiser”, diz Ana Paula Ferreira de Souza, psicóloga especializada em terapia cognitivo-comportamental.

Isso vale, inclusive, para o caminho inverso: você já parou para pensar que novas opiniões suas podem surpreender e incomodar quem lhe conhece há algum tempo? Nem tudo é motivo para tomar satisfações ou querer convencer o outro de que o seu ponto de vista é o correto.

Prefira conversar no particular

Mas ok, entendemos que há casos em que não dá para ficar quieta, em que você pre.ci.sa falar alguma coisa. Neste caso, conte até dez e opte por conversar no particular. É o conselho de Ghina Machado, psicóloga e cofundadora da Clínica Estar: “Entre em contato por mensagem privada e sinalize que notou uma mudança. O ideal é, a partir daí, ligar para a pessoa, marcar um encontro para conversar pessoalmente, evitar más interpretações que a conversa escrita possibilitaria”.

Além disso, segundo Ana Paula, uma reação imediata e pública não é uma boa ideia por causa dos ânimos alterados em que ficamos ao ler determinadas coisas. “É normal algo que nos contrarie nos deixar nervosas, chateadas, com raiva. Essa mudança de humor afeta nossa ação, e qualquer crítica nossa pode ser interpretada como uma discussão, uma briga, quando poderia ser apenas um debate”, afirma.

Sem contar que, ao iniciar uma tentativa de troca de ideias por comentários abertos em um post, estamos sujeitas à entrada de outras pessoas na conversa, gente que não tem nada a ver com a história. E daí, amiga, perde-se o controle.

Mas nosso contato nem é tão próximo assim…

Se a pessoa que estiver escrevendo o que lhe irrita ou altera não for próxima o suficiente para você sentir a liberdade de chamar no privado – sempre tem aquela ex-colega da natação, aquele amigo do ex-namorado que você nem sabe por que ainda está ali –, vale a pergunta: o que ela está fazendo na sua lista de amigos?

“É preciso avaliar as amizades online constantemente”, aconselha Ghina, que prossegue: “Vale a pena manter ter essa pessoa ali? Você consegue conversar com ela?”

Se a resposta for não para uma das perguntas, não pense duas vezes: exclua da sua lista de amigos. Ela não acrescenta nada à sua vida mesmo – a não ser o estresse desnecessário e silencioso pelo qual você passou.

E quando uma pessoa próxima passa DEMAIS do limite online?

Por outro lado, a pessoa pode ser próxima – um colega de trabalho, uma amiga de amigos queridos, um parente que você encontra em reuniões de família –, mas não dar abertura a nenhuma tentativa de diálogo e passar demais do limite do que você considera aceitável. Exclui-la pode causar um constrangimento bem grande.

“Do ponto de vista tecnológico, é possível evitar o confronto e silenciar os posts dela”, observa Ghina. Isso significa: não se reprima e clique na opção “Deixar de seguir” numa boa! É uma solução simples e discreta, que ela nem perceberá.

Ana Paula defende que “o que causa incômodo não precisa aparecer na timeline” e que, em último caso, vale até a exclusão e o bloqueio, se isso for lhe fazer bem.

Só esteja preparada para as consequências. “É importante ter clareza sobre as suas razões. A exclusão e o bloqueio podem causar um distanciamento real dessa pessoa. Se o incômodo é seu, você tem que lidar com o que virá depois de uma amizade virtual desfeita. Por mais que o motivo tenha sido a atitude inicial do outro, a responsabilidade por esse desdobramento é sua”, finaliza a psicóloga.

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