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Mulheres dominam eleitorado em Amambai

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Raquel Fernandes/Redação

Amambai possui 26.362 eleitores aptos a votar nas próximas eleições, segundo o último levantamento da Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, realizado no dia 31 de maio. Dentre esses números, 14.069 são mulheres e representam a maioria do eleitorado no município.

Impedidas de votar durante muitos anos, as mulheres hoje mostram a força e a importância do voto feminino. Até mesmo entre as jovens de 16 e 17 anos, idade em que o voto ainda não é obrigatório, há um grande interesse em participar da escolha dos representantes políticos. Este é o caso da Ana Beatriz, de 17 anos, moradora e eleitora em Amambai.

“Decidi votar porque acho muito importante manifestar a minha opinião sobre a questão. Temos poucas oportunidades de dar a nossa opinião para mudar o país, e o voto seria uma delas, onde você expressa de maneira livre a sua visão sobre o futuro, o rumo que você quer que as coisas tomem. Ao votar nos damos o direito de lá na frente, reclamar ou até mesmo repensar se é realmente isso que vai fazer tudo caminhar de maneira correta”, comentou Ana Beatriz.

Mulheres dominam eleitorado em Amambai
Ana Beatriz Françolin Nogueira, de 17 anos, exercerá seu direito ao voto nas eleições deste ano.

Mesmo tão jovem Ana Beatriz mostra que já entende sobre a importância do voto consciente e nas próximas eleições, não perderá a oportunidade de exercer o seu direito. “Ao decidir votar, primeiramente se deve olhar o pensamento do candidato, se é isso que é necessário e se realmente ele aparenta que vai fazer o que está prometendo, como ele se põe segundo algumas situações, e qual o histórico daquele candidato, se ele realmente cumpre com as propostas ou pelo menos tenta. Votos em branco não dão o direito à nada, pois você não expressou a sua opinião e não deixou registrado que talvez se fosse daquela maneira o final poderia ser diferente.”, opinou.

Nádia Becker também é moradora em Amambai e faz parte do eleitorado feminino

A eleitora Nádia Becker também deu seu depoimento para equipe de reportagem do Amambai Notícias. “Me sinto muito importante, por fazer parte desse ato histórico, por ser mulher, por ter conseguido esse direito, o direito de votar. O futuro de nossas cidades terá impacto direto sobre nossas vidas, por isso a importância da consciência de cada um na hora de dar seu voto para um candidato.”, enfatizou.

Em Amambai, a comunidade indígena representa 26,6% da população do município (dados de 2018). Dentre os eleitores, as mulheres também se destacam na defesa do voto consciente. A indígena Guarani Kaiowá, moradora da Aldeia Amambai, Aline Carmona é assessora parlamentar no município e enfatizou a luta histórica das mulheres que conquistaram o direito de todas votarem.

“Nós temos que valorizar aquelas mulheres que lutaram no passado para que nós tivéssemos esse direito e é super importante que todos exerçam esse direito, pois é por meio do voto que nós decidimos o que queremos para o nosso futuro. Ocupando nosso espaço e valorizando-o.”, enfatizou Aline acrescentando que segue alguns critérios para escolher os candidatos ou candidatas. “Eu analiso o caráter, a boa índole, o histórico familiar, histórico de luta e perseverança.”

Aline Carmona, indígena Guarani Kaiowa, valoriza a importância do voto e a representatividade da mulher na política.

Para a atriz e funcionária pública em Amambai, Alessandra Tavares, o voto feminino é um importante marco na luta das mulheres pela igualdade. “Essa foi uma grande conquista e temos muito ainda a conquistar, mas jamais temos de deixar de reconhecer e exercer o que conseguimos até agora.”, destaca, acrescentando que marcará presença nas eleições em outubro. “Meu voto vai somar, representando o que quero para meu País”.

Atriz e funcionária pública em Amambai, Alessandra Tavares.

Voto Feminino

Após muitas lutas e manifestações, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar em 24 de fevereiro de 1932, por meio do Decreto 21.076, do então presidente Getúlio Vargas, que instituiu o Código Eleitoral. Vargas chefiava o governo provisório desde o final de 1930, quando havia liderado um movimento civil-militar que depôs o presidente Washington Luís. Uma das bandeiras desse movimento (Revolução de 30) era a reforma eleitoral. O decreto também criou a Justiça Eleitoral e instituiu o voto secreto.

Em 1933, houve eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, e as mulheres puderam votar e ser votadas pela primeira vez. A Constituinte elaborou uma nova Constituição, que entrou em vigor em 1934, consolidando o voto feminino – uma conquista do movimento feminista da época.(com informações Câmara dos Deputados)

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