Carlos Portinho (PL) avalia que pautas “polêmicas” não serão discutidas em ano eleitoral
Fonte: Assessoria
A aprovação do Marco Regulatório de Jogos, que pretende regulamentar a atuação de plataformas online destinadas às apostas esportivas, como bet365 casino, e também às estruturas físicas, como cassinos integrados em resorts, jogo do bicho e também bingos, corre o risco de ser engavetada por causa das eleições.
Quem fez essa avaliação é Carlos Portinho (PL), senador e líder do governo no Congresso Nacional. Em entrevista ao jornal Valor Econômico na última semana, Portinho afirmou que a proximidade das eleições e as disputas envolvidas em uma possível reeleição de Jair Bolsonaro dificultam qualquer discussão que possa inflamar sua base ou a opinião pública de maneira geral.
“É difícil fazer uma reforma tributária no último ano do governo, assim como jogos, armas, homeschooling. Isso tudo é mais fácil andar com a renovação do mandato do Presidente”, afirmou o parlamentar, que é do mesmo partido que o presidente.
Ao longo da entrevista, Portinho considerou ainda: “será mais fácil com o início de um novo governo, com a legitimidade revalidada pelo voto”. Para Portinho, mesmo atrás nas pesquisas de intenção de voto feitas até o momento por diversos institutos de pesquisa, Bolsonaro tem chance de ultrapassar Lula e se reeleger como presidente.
Enquanto a pauta do Marco Regulatório dos Jogos fica estacionada no Senado, deputados favoráveis à proposta têm feito pressão dentro dos partidos para que o tema seja analisado. Vale lembrar que a pauta dos jogos de azar já foi aprovada na Câmara, em fevereiro deste ano, após intensa negociação do presidente da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL).
Dessa vez, deputados favoráveis à medida vão realizar uma audiência pública requerida pelo deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG), no dia 29 de junho, amparada pelos integrantes que formam a Comissão de Turismo da Câmara. A reunião será presencial e terá transmissão online.
Newton Cardoso é defensor da liberação dos jogos de azar no Brasil. Para ele, a atividade já é praticada de maneira ilegal. O que falta, neste momento, é regularizar o tema para que o país consiga gerar empregos e tributar empresas que atuam aqui em pagar impostos aos cofres públicos.“No Brasil não proibimos os jogos, proibimos os empregos e a arrecadação de tributos advindos dela”, disse Cardoso recentemente.
Especialistas no tema e analistas políticos entendem que Bolsonaro não vai se manifestar de maneira pública sobre o tema neste momento, porque não quer desagradar uma parcela importante do seu eleitorado, composta pela bancada evangélica.
Senadores favoráveis aos jogos de azar já informaram que a negociação com a bancada evangélica no Congresso tem travado o andamento de qualquer discussão sobre o tema. As críticas ao projeto são de cunho moral e ético. Em um ano eleitoral, Bolsonaro não quer arriscar perder esse tipo de apoio.